Hamas aceita libertar reféns israelenses e transferir governo de Gaza conforme plano de Trump
O prazo final dado por Trump se encerrava às 19 horas (de Brasília) de domingo. O grupo se antecipou e declarou sua "concordância" à proposta

Clique aqui e escute a matéria
O Hamas anunciou nesta sexta-feira (3) que aceita pontos centrais da proposta de paz apresentada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, incluindo a libertação de reféns israelenses e a transferência da administração de Gaza. Em comunicado, a organização afirmou que a decisão foi tomada "a partir da responsabilidade nacional e do compromisso com os princípios, direitos e interesses supremos do nosso povo" após "amplas consultas" com lideranças, facções palestinas e mediadores regionais.
O prazo final dado por Trump se encerrava às 19 horas (de Brasília) de domingo.
O grupo se antecipou e declarou sua "concordância em libertar todos os prisioneiros da ocupação Israel, vivos e restos mortais conforme a fórmula de troca prevista na proposta do presidente Trump, mediante condições adequadas no terreno para a operação".
Segundo o texto, o Hamas confirma sua disposição de entrar "imediatamente, por meio dos mediadores, em negociações para discutir os detalhes".
Outro ponto ressaltado foi a disposição de abrir mão do controle direto da Faixa de Gaza.
O Hamas reiterou sua aceitação em transferir a administração da Faixa de Gaza para uma Autoridade Palestina composta por membros independentes, "com base em consenso nacional palestino e apoiada por países árabes e islâmicos".
A nota também destacou que outras questões ligadas ao futuro de Gaza e aos "direitos legítimos do povo palestino" devem ser tratadas em "um quadro nacional palestino abrangente", baseado em resoluções internacionais.
O movimento afirmou valorizar "os esforços árabes, islâmicos e internacionais, bem como os de Trump, voltados a deter a guerra contra a Faixa de Gaza".
DONALD TRUMP
O presidente dos EUA, Donald Trump, afirmou que todos serão tratados "de maneira justa" no acordo de paz para Gaza e agradeceu aos países que contribuíram para que a proposta fosse possível, como Catar, Turquia, Arábia Saudita, Egito, Jordânia, em mensagem de vídeo publicada nesta sexta-feira.
"Este é um grande dia. Vamos ver como tudo vai acabar, ainda precisamos da palavra final e concreta, isso é muito importante" disse. "Todos os países estavam unidos em querer que esta guerra acabasse e buscar a paz no Oriente Médio, e estamos muito perto de conseguir isso. Obrigado a todos", acrescentou.
Trump disse estar ansioso para que os reféns voltem para suas casas e ressaltou que "este é um dia muito especial, talvez sem precedentes em muitos aspectos".
REINO UNIDO
O primeiro-ministro do Reino Unido, Keir Starmer, pediu para que o acordo de paz para Gaza seja implementado "sem demora", após o Hamas dizer que concorda em libertar os reféns israelenses. A declaração foi publicada oficialmente nesta sexta-feira.
"Agora temos a oportunidade de pôr fim aos conflitos, de os reféns regressarem a casa e de a ajuda humanitária chegar àqueles que dela tanto necessitam", afirma o texto, que menciona que a sinalização do grupo rebelde "é um avanço significativo". "Apoiamos firmemente os esforços do presidente dos EUA, Donald Trump, que nos aproximaram mais da paz do que nunca", acrescenta
Segundo Starmer, o Reino Unido está pronto para apoiar novas negociações e trabalhar em prol de uma paz sustentável para israelenses e palestinos.
POSIÇÃO DA ONU
O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, afirmou que se sente "encorajado" pela declaração do Hamas, que aceitou libertar os reféns israelenses, e pediu para que todas as partes envolvidas aproveitem a oportunidade para encerrar a guerra em Gaza, em publicação no X, nesta sexta-feira.
"Reitero meu apelo consistente por um cessar-fogo imediato e permanente, pela libertação imediata e incondicional de todos os reféns e pelo acesso humanitário irrestrito", mencionou na postagem. Na ocasião, ele agradeceu a mediação feita pelo Catar e pelo Egito.
Guterres ressaltou que a ONU apoiará todos os esforços para atingir a paz "a fim de evitar ainda mais sofrimento".