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Trump afirma ter afundado barco carregado com drogas da Venezuela

O ataque ocorreu em águas internacionais, segundo o presidente americano, e resultou na morte de 11 integrantes do Tren de Aragua, grupo criminoso

Por Estadão Conteúdo Publicado em 02/09/2025 às 21:32

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Donald Trump disse nesta terça-feira (2) que os militares dos EUA afundaram um barco que transportava drogas da Venezuela, matando 11 narcoterroristas. Minutos depois, o secretário de Estado Marco Rubio confirmou a ação, classificando o ataque como "letal". Nenhum dos dois deu detalhes da operação.

O ataque ocorreu em águas internacionais, segundo o presidente americano, e resultou na morte de 11 integrantes do Tren de Aragua, grupo criminoso da Venezuela classificado como organização terrorista pelos EUA, em fevereiro. "Temos muita droga entrando em nosso país, chegando há muito tempo. Elas vêm da Venezuela - e em grande quantidade", disse Trump, em pronunciamento na Casa Branca.

Rubio confirmou. "Como o presidente acaba de anunciar há poucos instantes, as forças armadas dos EUA realizaram um ataque letal no sul do Caribe contra um navio de drogas que havia partido da Venezuela e era operado por uma organização designada como narcoterrorista", disse o secretário de Estado, que partiu ontem para uma viagem oficial ao México e ao Equador.

Além do grupo venezuelano Tren de Aragua, os EUA consideraram outras sete organizações como "terroristas", entre elas seis cartéis mexicanos e uma gangue de El Salvador.

Mobilização

A operação americana ocorre em meio à crescente tensão entre Venezuela e EUA, que enviaram uma força naval para o Caribe com a justificativa de combater o narcotráfico. A manobra coloca 4,5 mil fuzileiros perto do litoral venezuelano embarcados em três contratorpedeiros, um cruzador e um submarino nuclear.

Os navios de guerra foram fotografados ontem pela primeira vez no Mar do Caribe, perto da Cidade do Panamá. As imagens da tripulação do contratorpedeiro USS Sampson foram divulgadas momentos antes de Trump anunciar o ataque ao barco de narcotraficantes venezuelanos.

A movimentação militar provocou uma reação da Venezuela, que mobilizou suas forças armadas. Segundo o ditador chavista, Nicolás Maduro, apenas a Milícia Nacional Bolivariana teria 4,5 milhões de pessoas, número questionado por especialistas.

Maduro acusa os EUA de exercerem uma política de "pressão máxima" contra ele. O governo americano, que rompeu relações diplomáticas com a Venezuela em 2019, aumentou para US$ 50 milhões a recompensa por informações que levem à prisão do chavista.

Guerra

Na segunda-feira, Maduro afirmou que está preparado para a "luta armada", em caso de invasão americana e disse que a frota dos EUA representa "a maior ameaça" à América Latina nos últimos 100 anos. "Se a Venezuela for agredida, passaria imediatamente à luta armada em defesa do território nacional", disse.

Ontem, Maduro voltou a criticar a presença de navios de guerra dos EUA perto da costa venezuelana e afirmou que o secretário de Estado estaria tentando atrair Trump para uma guerra no Caribe. "Senhor presidente Trump, cuidado porque Rubio quer manchar suas mãos com sangue", disse o chavista. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

 

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