Protestos em Los Angeles: entenda o que está acontecendo nos EUA e o envio da Guarda Nacional por Trump
Decisão federal gerou um forte embate político com o governador da Califórnia, Gavin Newsom, que classificou a medida como "atos de um ditador"

Com informações de Estadão Conteúdo.
A cidade de Los Angeles tem sido palco de dias de tensão e desordem nas ruas.
O cenário se tornou mais complexo e volátil com a chegada da Guarda Nacional, mobilizada pelo presidente Donald Trump.
Essa decisão federal gerou um forte embate político com o governador da Califórnia, Gavin Newsom, que classificou a medida presidencial como “atos de um ditador”.


Por que as pessoas estão protestando?
Os protestos em Los Angeles e arredores tiveram início após uma série de operações realizadas pelo Serviço de Imigração e Alfândega (ICE) que resultaram na prisão de dezenas de pessoas – cerca de 40, pelo menos 44 – na cidade e região.
Essas ações federais são vistas como parte de uma crescente repressão imigratória promovida pelo governo Trump.
A região metropolitana de Los Angeles é conhecida por sua forte presença latina, o que amplifica o impacto e a reação a políticas de imigração mais rigorosas.
Inicialmente manifestações, os atos evoluíram e, ao longo de três dias de crise, transformaram-se em uma onda de violência e desordem, com registros de confrontos, carros incendiados e tumultos.
A intervenção de Trump e a reação do Governador
Diante do caos instalado e acusando as autoridades locais de incompetência, Trump decidiu intervir diretamente na situação.
Ele ordenou a mobilização de cerca de 2 mil soldados da Guarda Nacional, embora outras fontes indiquem a presença de quase 300 membros nas ruas.
Segundo a Casa Branca, a ação busca “lidar com a ilegalidade que foi permitida florescer” e “garantir a segurança de propriedades e pessoal federal”.
Trump também atribuiu a responsabilidade pela instigação e financiamento dos protestos violentos à “esquerda radical”.
Um ponto crucial é que a decisão de Trump de enviar a Guarda Nacional para a Califórnia ocorreu sem o pedido formal ou consentimento do governador Gavin Newsom.
A ação gerou forte reação de líderes democratas. O senador Bernie Sanders afirmou que a ordem de Trump reflete "um presidente movendo este país rapidamente para o autoritarismo" e "usurpando os poderes do Congresso dos Estados Unidos".
A ex-vice-presidente Kamala Harris, residente em Los Angeles, criticou as prisões de imigrantes e a mobilização da Guarda, que, segundo ela, fazem parte de uma "agenda cruel e calculada para espalhar pânico e divisão".
Harris declarou apoio a quem está "se levantando para proteger os direitos e liberdades mais fundamentais".
Por outro lado, o presidente da Câmara dos Deputados, Mike Johnson, aliado de Trump, defendeu a decisão.
"Gavin Newsom mostrou incapacidade ou relutância em fazer o que é necessário, então o presidente interveio", disse Johnson.
Segundo as fontes, foi a primeira vez em décadas (desde 1965, ou seis décadas) que um presidente mobilizou militares da reserva de um estado sem o aval de seu respectivo governador.
Reação do governador da Califórnia
Gavin Newsom reagiu de forma incisiva à mobilização federal.
Ele solicitou formalmente ao governo federal que retirasse as tropas de Los Angeles e devolvesse a cidade ao comando estadual.
Newsom afirmou que a situação não era problemática "até Trump se envolver" e classificou a intervenção como uma “violação grave da soberania do estado”, planejada para "inflamar tensões" e desviar recursos.
Em uma postagem em sua conta no X, Newsom acusou Trump de incitar e provocar a violência, criar caos em massa, militarizar cidades e prender opositores. Ele concluiu sua crítica afirmando: “Esses são atos de um ditador, não de um presidente”.
Newsom vê a medida de Trump como um abuso de poder que busca acirrar o conflito, sendo uma ação "deliberadamente provocativa".
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