Protestos em Los Angeles: terceiro dia tem confrontos, prisões e tropas da Guarda Nacional
Tropas federais enviadas por Trump para conter os protestos causaram ainda mais tensão entre os manifestantes, cerca de 27 pessoas foram presas

Los Angeles viveu neste domingo (8) o terceiro dia consecutivo de protestos contra as operações de deportação de imigrantes promovidas pelo governo dos Estados Unidos.
Tropas da Guarda Nacional fotam enviadas pelo presidente Donald Trump. A tensão aumentou e houve confrontos, bloqueios de vias, depredações e prisões.
Os protestos começaram em frente a um prédio federal no centro da cidade, onde funciona um centro de detenção de imigrantes. Manifestantes gritavam “fora, ICE” (referência ao Serviço de Imigração e Alfândega dos EUA) e foram dispersados com gás lacrimogêneo, spray de pimenta e balas de borracha.
Mais tarde, parte dos manifestantes interditou uma das principais vias expressas da cidade. A situação se agravou com a queima de carros e novos confrontos. A polícia de Los Angeles declarou os atos como “reuniões ilegais” e afirmou que agentes foram atacados com pedras e garrafas. Pelo menos 27 pessoas foram presas, segundo informações apuradas pelo Jornal Los Angeles Times.
Envio de tropas federais
A Guarda Nacional foi enviada no sábado (7), após dois dias de protestos. Cerca de 2 mil soldados foram destacados, e as primeiras tropas chegaram na manhã do domingo.
O presidente Donald Trump defendeu a medida, afirmando que haveria “tropas em todos os lugares” e que enviaria “o que for necessário pela lei e pela ordem”.
Em declaração oficial, a Casa Branca acusou os “líderes democratas da Califórnia” de permitirem a escalada da violência e justificou a mobilização para proteger agentes federais e garantir a continuidade das operações de deportação.
O presidente utilizou uma norma federal que permite ações desse tipo em casos de rebelião contra a autoridade federal. A norma não deixa claro se o presidente precisaria de diálogo com o governo estadual.
O decreto emitido por Trump afirma que os soldados terão "função de apoio", atuando na proteção de agentes do ICE, sem envolvimento direto nas ações de policiamento.
Governador e prefeita criticam ação
O governador da Califórnia, Gavin Newsom, criticou o envio das tropas, chamando a medida de “inflamatória. O gestor anunciou que pediu formalmente a revogação da decisão pelo Governo Federal e devolvesse o controle da Guarda Nacional ao estado, classificando a ação como uma "violação da soberania estadual".
Newson ainda fez um comunicado aos manifestantes, para que mantivessem a calma. "Não deem a Trump o que ele quer", disse.
A prefeita de Los Angeles, Karen Bass, também condenou a intervenção, afirmando que a escalada da violência é resultado direto da presença de forças federalizadas. “O que estamos vendo é o caos provocado pelo governo”, declarou.


Entenda o motivo dos protestos
As manifestações foram motivadas por uma série de operações do ICE realizadas ao longo da semana, que resultaram em 118 prisões, sendo 44 somente na sexta-feira (6).
No sábado (7), o distrito de Paramount, de maioria latina, foi palco do segundo dia de confrontos, com uso de gás lacrimogêneo e cassetetes pelas autoridades.
A Califórnia abriga mais de 10 milhões de imigrantes, dos quais cerca de 1,8 milhão estão em situação irregular, de acordo com o Centro de Pesquisa e Debates americano Pew Research Center.
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