Saúde, Amor e Perdão
Amor e perdão desencadeia o surgimento de uma onda de simpatia afetuosa e termina por inundar nossas células promovendo saúde segundo Joanna Ângelis
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WILSON GOMES
Um ingrediente muito importante nos variados relacionamentos sociais é a confiança. Independentemente do tipo e do local onde eles aconteçam, a confiança medeia os elementos necessários para uma amizade duradoura e saudável. A confiança seria comparada ao meio, ao ambiente de interação entre os sujeitos que se relacionam nas várias instâncias sociais. Quando este ingrediente, este meio, azeda, a vida irá solicitar o socorro do perdão. À medida que a confiança nas pessoas de suas interações interpessoais arrefece, cogite buscar o instrumento do perdão para a manutenção dos laços de afeto e da sua própria saúde emocional e orgânica. Matematicamente, o vínculo afetivo é uma grandeza diretamente proporcional à mágoa. Quanto mais intensos são os laços de afeto, maior o ressentimento experimentado.
Mas, perdão não é serviço labial, não se alcança com palavrórios. Para tal mister, se faz necessário manejar alguns conceitos, recapitular algumas concepções. No capítulo 50 da obra 'Alma e Coração', o benfeitor Emmanuel nos dita uma receita para perdoar, com apenas quatro ingredientes:
1º Considere que as criaturas, todas, pertencem a Deus.
2º Lembre-se de que também nós temos erros a corrigir, reformas por fazer.
3º Admita que não é justo reter ninguém em nossos pontos de vista.
4º Guarde, em última instância, o sentimento de gratidão por quem compartilhou felicidades contigo.
Observando a receita acima, poderemos chegar ao Amor-perdão, que funciona como medicamento para as almas que se resolvem por ele. Desconsiderando-o, caminhamos para a mágoa que nos adoece emocional e fisiologicamente.
Segundo a Dra. Robin Casarjian, na obra 'O livro do Perdão', os ressentimentos se instalam nos sentimentos por efeito das nossas inferioridades morais, o que ela chama de subpersonalidades, tais como o ciúme, a inveja, a insatisfação etc.
Um modelo poderá nos ajudar a entender o processo de adoecimento pela mágoa e de cura pelo perdão. As emoções, do latim 'emovere', são os movimentos do gerente, do Espírito, na sala de gerência, a mente, a sala de comando. Estes movimentos, as emoções, geram os sentimentos, que também podem, por sua vez, gerar movimentos, emoções.
O desequilíbrio destas emoções, dos movimentos do gerente, do Espírito, segundo Joanna de Ângelis, no capítulo 22 de 'Atitudes Renovadas', é o ressentimento. Mágoa ou movimentos desequilibrados do Espírito na mente que geram ondas de desajustes de potencial enfermiço. No outro extremo, o Amor-perdão, que desencadeia o surgimento de uma onda de simpatia afetuosa. Emissão que, segundo Joanna de Ângelis informa no capítulo 13 da obra 'Amor, imbatível amor', acaba por inundar nossas células, promovendo saúde.
Ficamos entre a mágoa e o perdão. A primeira promove a produção de toxinas que acabam por prejudicar o funcionamento do sistema imunológico e a harmonia de operação das glândulas de secreção endócrinas. O segundo estimula os neurônios a produzir enzimas que harmonizam as funções do sistema nervoso simpático e do sistema imunológico.
De um lado, o ressentimento que enferma porque promove a produção de elementos químicos danosos ao corpo físico, as toxinas. Do outro, o Amor-Perdão que envolve o ritmo biológico, nos oferecendo vida e vida em abundância, na produção enzimática. Escolhe pelo perdão, escolhe pela saúde, escolhe pelo amor, com as ferramentas que tu dispões, do degrau em que estagias.
Por fim, apreciemos uma trova da poetisa Auta de Souza, psicografada por Francisco Cândido Xavier e intitulada pela mentora como 'Amor e Entendimento'. “Se há defeito em quem amas / Não te lamentes, nem grites, / Que amor à frente da sombra / É sempre luz sem limites”.
Wilson Gomes é trabalhador voluntário da Federação Espírita Pernambucana (FEP)