O Padre Diocesano
O padre diocesano é o homem dos sacramentos, celebra a missa, atende confissões, administra unção dos enfermos e assiste a matrimônios

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PADRE BIU DE ARRUDA
O padre diocesano é ordenado para servir a uma Igreja Particular que chamamos de diocese. Com o seu jeito próprio, foi chamado do meio do povo para servir à comunidade dos fiéis, sendo um outro Cristo. Exerce uma missão bonita, pois é o proclamador da Palavra de Deus e o dispensador dos mistérios divinos. Exerce a missão evangelizadora no território paroquial, dando assistência aos seus paroquianos, principalmente, aos mais necessitados, isto é, aqueles que se encontram na “periferia existencial”, sem rumo, sem norte. Às vezes, o território paroquial é extenso e com muitas capelas e isso requer mais dedicação do padre diocesano.
O padre diocesano é o homem dos sacramentos, uma vez que celebra a missa, atende confissões, administra unção dos enfermos, assiste a matrimônios etc., afinal, foi ordenado para isso. E no exercício da missão apostólica, adentra em vários lugares para levar o alívio aos moribundos por meio da Unção dos Enfermos, já que se “alguém dentre vós está doente, chame os presbíteros da Igreja para que orem sobre ele, ungindo-o com o óleo ... a oração da fé salvará o doente e se tiver pecado, receberá o perdão” (Tg 5). Sendo o homem da Eucaristia, nela deve encontrar o sentido do seu ministério. E como é maravilhoso e confortador o encontro do padre diocesano com o seu rebanho aos domingos, ao redor do altar do Senhor. E quando necessita, recorre também ao tribunal da misericórdia como penitente. Nem todos entendem esse mistério.
Nessa missão tão divina é convidado a ser o semeador do amor. Aquele amor que se doa e não deseja nada de reciprocidade, que o grego chama de ágape. Entrega total, vivendo para os seus fiéis paroquianos com o seu carisma diocesano, como membro do presbitério, colaborar do bispo diocesano, reconhecendo-o como sucessor legítimo dos apóstolos e servindo à Igreja Particular, onde está inserido (incardinado), configurando-se às dimensões da espiritualidade do padre diocesano. Assim, deve viver o seu ministério sacerdotal com alegria, a exemplo dos discípulos de Jesus que “deixaram tudo para segui-Lo” (Mc 10).
O padre diocesano faz parte de uma família que ultrapassa os laços de consanguinidade. Ele está unido a outros padres pelos vínculos sacramentais, ontológicos. O presbitério é a sua família. Lugar próprio para exercer a sua missão, amar e ser amado. Logo, não está sozinho. Para tanto, basta lembrar o dia da renovação das promessas sacerdotais, onde todo o presbitério está presente, assim como no retiro do clero e também, nos encontros formativos das foranias etc. Há tantos outros momentos da vivência diocesana que os laços fraternais não são apenas estreitados, mas celebrados com a intensidade diocesana.
O bonito mesmo, no ministério do padre diocesano, é quando ele entende que a diocese é o território sagrado e santo onde deve abraçar a causa do Reino, colaborando da melhor maneira possível, para tornar o presbitério e a diocese espaços propícios e agradáveis para o exercício da missão apostólica. Sem olvidar, que o padre diocesano deve estar sempre aberto às necessidades missionárias da diocese, colocando-se à disposição do seu superior.
Em consideração derradeira, alguns padres diocesanos ultrapassam a fronteira sacramental, quando criam e gerenciam obras sociais. Atualmente, há muitos padres diocesanos, entre nós, que estão à testa de trabalhos sociais. Sem esquecer aqueles que acolhem, diuturnamente, na residência paroquial, os necessitados de pão material. É a nossa missão. Somos felizes, vivendo a nossa diocesaneidade. Por isso, nada mais confortador para o padre diocesano – que geralmente mora sozinho – do que depois dos compromissos dominicais, voltar à casa paroquial com a consciência do dever cumprido.
Padre Biu de Arruda é pároco da Paróquia de Santa Luzia da Arquidiocese de Olinda e Recife