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Altares da Idolatria

A idolatria se revela quando o nosso coração é dominado por desejos e decisões que excluem a presença de Deus e o tratamos como uma divindade qualquer

Por JC Publicado em 20/07/2025 às 0:00

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REVERENDO MIGUEL COX

“Não terás outros deuses diante de Mim” Êxodo 20:3

“Tampouco te ama quem alguma coisa amar fora de Ti ou não amar por amor a Ti” - Sto. Agostinho de Hipona (354-430 A.D.).


O que é mais grave do que possuir imagens de deuses, é o fato de não mais sermos possuídos por Deus. A idolatria se revela quando o nosso coração é dominado por desejos e decisões que excluem a presença de Deus e o tratamos como uma divindade qualquer a nosso serviço, pronta para atender os nossos caprichos. Trocamos o Deus Verdadeiro por mercadoria barata adquirida nos empórios da filosofia humana. Inventamos deuses para todo o gosto, Pelo fato de não gostarmos do jeito que Ele é. Sentimo-nos agredidos por sua perfeição irretocável, razão pela qual criamos deuses recheados de defeitos humanos. Até mesmo a nossa religião pode se tornar mais importante do que a pessoa de Deus.


A IDOLATRIA DA VAIDADE – assunto central combatido no Livro de Jó. Como sabemos, Jó era um admirável empreendedor na sua época, o homem mais rico do Oriente e totalmente devoto a Deus. No entanto, sob ataque de Satanás, perdeu toda a sua riqueza, os seus filhos, a sua saúde e o seu prestígio social. Fora ele dominado pela vaidade, a sua vida teria acabado ali, não faria sentido continuar vivendo uma vez que a motivação maior para viver era o sucesso pessoal. Porém, como ele não colocara a sua prosperidade acima de Deus, suportou o infortúnio e aguardou o socorro divino. A vaidade do sucesso é elemento pernicioso a ocupar o espaço exclusivo de Deus.


A IDOLATRIA DO PODER – esse é outro terrível deus a dominar vidas afastando-as da presença divina. Exemplo extremo nas Escrituras Sagradas encontramos no rei Herodes, o grande, e sua dinastia. O Novo Testamento registra ele e seus quatro filhos que o sucederam, eram religiosos e ofereciam sacrifícios no Templo de Jerusalém, contudo Deus era desprezado em seus corações. Eram perversos dominadores, assassinos, imorais, antiéticos, etc. Assim pode acontecer com aqueles que se fascinam com cargos elevados cujas decisões afetam as vidas de seus subordinados. Chamo atenção de todos, incluindo líderes de organizações religiosas que passam a dominar impondo suas vontades pessoais enquanto menosprezam as orientações divinas.


A IDOLATRIA DA RIQUEZA – com certeza esse deus tem levado à ruína milhões de vidas. Jesus advertiu: “não podeis servir a Deus e às riquezas” (Mateus 6:24). Numa certa ocasião aproxima-se de Jesus um jovem muito rico que indaga sobre como herdar a vida eterna. Jesus oferece a opção de desapegar-se das suas riquezas que o dominava e oferece um tesouro infinitamente maior no porvir. Ele recusa a proposta por ser muito rico (Mateus 19:16-22). Jesus se entristece porque ele, cego pelos insignificantes tesouros que possuía, não enxergou a exuberante riqueza eterna que Jesus lhe ofereceu. Portanto, as riquezas temporárias é um deus que cega os olhos espirituais de quem as possuem.


A IDOLATRIA DO PRESTÍGIO – engana-se quem, na busca de reconhecimento público, não prioriza a presença de Deus. Vive para agradar quem supostamente pode oferecer oportunidades de negócios e vantagens em sua promoção pessoal. Está sempre preocupado com o quê se vai pensar dele, caso tome uma decisão impopular. Sacrifica a verdade no altar das meias palavras, porque agradar a todos é o seu objetivo. Aproxima-se de Deus quando lhe é proveitoso e afasta-se na mesma velocidade quando se sente confortável de estar com os que O desprezam. Esse foi o deus de Pilatos: “querendo contentar a multidão, soltou-lhes Barrabás; e, após mandar açoitar a Jesus, entregou-o para ser crucificado” (Marcos 15:15).


Qual é o deus que te distancia de Deus? Além desses acima, pode ser o deus da avareza, da imoralidade, do empavonamento intelectual, do apego a vícios, da hipocrisia religiosa, do desprezo à sua família, do fascínio das riquezas, da falsa humildade, do egoísmo, e tantos outros mais. É tempo de arrancar as ervas daninhas que estão sufocando as flores do jardim aonde Deus te aguarda para um encontro inesquecível. No nosso altar só deve haver espaço para o Deus verdadeiro e único.

Rev. Miguel Cox é mestre em teologia e pastor evangélico

 

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