PF prende dono do Banco Master em investigação financeira; BC decreta liquidação da instituição
Operação mira crimes na venda do Master ao BRB; Banco Central encerra atividades da instituição após negar venda ao BRB
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A Polícia Federal prendeu, nesta terça-feira (18), o empresário Daniel Vorcaro, dono do Banco Master, durante uma operação que investiga suspeitas de crimes financeiros relacionados às negociações para a venda da instituição ao Banco de Brasília (BRB).
A ofensiva cumpre cinco mandados de prisão preventiva, dois de prisão temporária e 25 de busca e apreensão.
Outro alvo é Augusto Lima, também sócio do Master. A defesa de Vorcaro ainda não se manifestou.
Segundo a Polícia Federal, Vorcaro foi detido quando tentava deixar o país em um jato particular no Aeroporto Internacional de Guarulhos (SP), de acordo com informações divulgadas pela TV Globo.
BC decreta liquidação extrajudicial e encerra operação do Banco Master
O Banco Central decretou a liquidação extrajudicial do Banco Master, medida que encerra definitivamente as operações da instituição e inviabiliza qualquer acordo de compra, inclusive a recente manifestação de interesse do Grupo Fictor, feita menos de um dia antes.
A liquidação também atinge a Master S.A. Corretora de Câmbio. A decisão foi assinada pelo presidente do BC, Gabriel Galípolo, e coloca a EFB Regimes Especiais de Empresas como liquidante, com amplos poderes para conduzir o processo.
Negócios de risco e vetos anteriores
A liquidação já era considerada provável desde setembro, quando o BC negou a autorização para que o BRB adquirisse o Master. O modelo de negócios do banco era visto como arriscado:
- emissão intensa de papéis garantidos pelo Fundo Garantidor de Créditos (FGC);
- pagamento de taxas de captação muito acima do mercado;
- compra de ativos de baixa liquidez, como empresas em dificuldades, precatórios e direitos creditórios.
Com o veto do BC e a crise crescente, o encerramento das atividades tornou-se inevitável.
O que significa a liquidação extrajudicial?
A liquidação extrajudicial é um regime aplicado em casos de insolvência irrecuperável ou graves infrações às normas do sistema financeiro. Com a decisão, o banco deixa imediatamente de funcionar, sendo retirado do Sistema Financeiro Nacional.
O liquidante nomeado pelo BC será responsável por vender ativos e tentar quitar, na medida do possível, os credores. Nesses casos, é acionado o FGC, que garante até R$ 250 mil por CPF ou CNPJ e por instituição.
O processo não tem prazo definido: só termina por decisão do Banco Central ou por eventual decretação de falência.