Desemprego cai em Pernambuco, mas retração da força de trabalho preocupa
A análise dos contingentes aponta para um recuo da atividade no mercado. O número de pessoas na força de trabalho diminuiu 1,2% no trimestre
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O mercado de trabalho de Pernambuco apresentou sinais mistos no terceiro trimestre de 2025, segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD C.) do IBGE. A taxa de desocupação (desemprego) do Estado, embora continue sendo a maior do País, registrou uma melhora, caindo de 10,4% para 10,0%.
A queda trimestral foi de 0,4 ponto percentual (p.p.) e de 0,6 p.p. em relação ao mesmo trimestre de 2024. No entanto, a redução do desemprego foi acompanhada por uma diminuição no nível de ocupação e na taxa de participação na força de trabalho, indicando que mais pessoas em idade de trabalhar ficaram fora do mercado.
Força de Trabalho
A análise dos contingentes aponta para um recuo da atividade no mercado. O número de pessoas na força de trabalho diminuiu 1,2% no trimestre e 1,7% no ano. O número de ocupados também recuou 0,9% e 1,1%, respectivamente.
A redução da população desocupada (-4,3% no trimestre e -6,8% no ano) foi ofuscada pelo aumento de pessoas fora da força de trabalho, que cresceu 1,2% no trimestre e 2,6% no ano.
Formalização
Apesar da retração geral, o emprego formal no setor privado demonstrou resiliência. Os vínculos com carteira assinada cresceram 2,0% no trimestre e 6,2% no ano. O emprego doméstico formal também teve forte alta (5,2% no trimestre e 9,6% no ano).
Por outro lado, houve retração no emprego sem carteira (-5,5% no trimestre), entre empregadores (-9,7% no trimestre) e, notavelmente, na categoria de trabalhador familiar auxiliar, que sofreu baixas superiores a 20% no trimestre e 38% no ano.
Em relação aos setores da economia, a Construção Civil se destacou, com crescimento de 7,5% na ocupação no trimestre e 4,3% no ano. Serviços ligados à Administração Pública, Saúde e Educação avançaram 2,0% no trimestre e 8,9% no ano. Setores como comércio e indústria registraram quedas significativas, especialmente no comparativo anual.
Rendimento e qualidade da ocupação
O rendimento médio mensal real habitual dos ocupados cresceu de R$2.409 para R$2.630 em um ano, embora tenha havido uma pequena queda em relação ao trimestre imediatamente anterior. A massa de rendimento agregada subiu para R$9,7 bilhões, uma melhora de 8,7% na renda anual.
Houve também melhora na qualidade da ocupação: a taxa de subocupação por insuficiência de horas trabalhadas recuou 0,1% no trimestre e 0,8% no ano. O percentual de pessoas desalentadas (que desistiram de procurar emprego) também apresentou melhoria, caindo 0,5% no trimestre e 0,4% no ano, sugerindo um cenário de menor desânimo entre os trabalhadores.
Resultado do Recife
O Recife fechou o terceiro trimestre de 2025 com recuo da taxa de desemprego. Em relação ao mesmo trimestre de 2024, a redução foi de 2,7 pontos percentuais (p.p.). Ao todo, 765 mil recifenses estavam empregadas no terceiro trimestre deste ano, resultado que se mantém entre os maiores níveis da série recente.
O número de pessoas desocupadas caiu para 66 mil no terceiro trimestre de 2025. O contingente fora da força de trabalho também recuou, passando de 493 mil para 479 mil pessoas.
O rendimento médio real dos trabalhadores do Recife permanece acima da média nacional e voltou a crescer na comparação anual. Nos últimos três meses deste ano, o valor alcançou R$ 3.936,00, resultado superior tanto ao registrado no Brasil, que é de R$ 3.507,00, quanto ao observado na capital um ano antes, que era de R$ 3.653,00.