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Petrobras conclui contratos para obra de R$ 8,3 bilhões na Refinaria Abreu e Lima, em Ipojuca

A finalização dos contratos marca um passo decisivo para a expansão da capacidade de refino nacional, com expectativa de geração de 30 mil empregos

Por Lucas Moraes Publicado em 24/10/2025 às 19:24 | Atualizado em 24/10/2025 às 20:21

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A Petrobras anunciou a conclusão das assinaturas de todos os nove contratos necessários para a retomada da construção das unidades de processamento do Trem 2 da Refinaria Abreu e Lima (RNEST), localizada em Ipojuca. A finalização dos contratos, firmados em conformidade com a Lei nº 13.303/2016, marca um passo decisivo para a expansão da capacidade de refino nacional. Segundo a estatal, as obras devem gerar cerca de 30 mil empregos.

O investimento total para a retomada das obras soma mais de R$ 8,3 bilhões, valor previsto no Plano de Negócios 2025-2029 (PN 2025-2029) da Petrobras. Entre as empresas contratadas estão Consag, Tenenge, CPL, Possebon, Tecnosonda e Schneider Eletric - algumas delas parte dos conglomerados que, outrora, estiveram envolvidos nas denúncias de corrupção.

EMPREGOS E EXPANSÃO DA REFINARIA ABREU E LIMA

A previsão é que o segundo trem da refinaria pernambucana inicie sua operação total até 2029. No entanto, parte das obras já está em andamento, com mais de 2.500 empregos já mobilizados. A estimativa da Petrobras é que o processo de construção do Trem 2 gere em torno de 30 mil empregos diretos e indiretos.

A conclusão do Trem 2 é considerada estratégica, pois a RNEST atua como um hub importante para as regiões Norte e Nordeste. Quando finalizado, o segundo trem acrescentará cerca de 13 milhões de litros de Diesel S10 (de baixo teor de enxofre) por dia à capacidade de produção nacional.

A presidente da Petrobras, Magda Chambriard, destacou a importância do projeto para os objetivos da companhia. "Os volumes reforçam a relevância da RNEST na ampliação da produção de derivados de maior valor agregado no parque de refino da Petrobras," afirmou Chambriard, ressaltando os ganhos em produtividade e a contribuição para o fornecimento de combustíveis de baixo teor de enxofre.

O investimento no Projeto RNEST está inserido no Novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) do governo federal. Globalmente, a Petrobras planeja investir US$ 19,6 bilhões até 2029 no segmento de refino, transporte, comercialização, petroquímica e fertilizantes.

A Refinaria Abreu e Lima, em operação com o Trem 1 desde 2014, é considerada a mais moderna da Petrobras. Recentemente, a refinaria passou por modernizações no Trem 1, concluídas em março deste ano. Em dezembro de 2024, a RNEST também inaugurou a operação da unidade SNOX, pioneira no refino brasileiro, que reduz as emissões de óxido de enxofre (SOx) e óxido de nitrogênio (NOx), além de produzir ácido sulfúrico.

A conclusão do Trem 2, prevista para 2029, promete consolidar a RNEST como um polo de produção de alta qualidade, alinhado aos padrões de governança e sustentabilidade da Petrobras, segundo a empresa.

ATRASOS E CORRUPÇÃO

A Refinaria Abreu e Lima estava no centro do Petrolão, um esquema bilionário de corrupção na Petrobras, que aconteceu durante os governos Lula e Dilma, envolvendo a cobrança de propina das empreiteiras, lavagem de dinheiro, evasão de divisas e superfaturamento de obras contratadas para abastecer os cofres de partidos, funcionários da estatal e políticos. Esse esquema foi alvo de investigações pela Polícia Federal por meio da operação Lava Jato.

O investimento inicial na Rnest estava projetado em US$ 2,4 bilhões, mas a obra terminou com orçamento de US$ 20,1 bilhões, mesmo sendo entregue pela metade. Com esse valor, a Abreu e Lima foi considerada a refinaria mais cara do mundo para a sua capacidade de refino.

Na retomada das obras da refinaria, o Tribunal de Contas da União (TCU) voltou a alertar sobre as propostas que foram "significativamente maiores que o orçamento de referência da Petrobras, inviabilizando, segundo o TCU, a contratação e colocando em risco a viabilidade econômica do projeto", indicando que as obras poderiam ficar mais caras do que o projetado.

A Petrobras, à época, reiterou que a licitação para a retomada da construção do Trem 2 da Rnest foi encerrada em função da não convergência das propostas ao orçamento. Novos editais foram publicados pela estatal no mês de dezembro de 2024.

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