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Produção industrial reage em agosto, mas mantém queda no acumulado do ano

A produção industrial se encontra 2,9% acima do patamar pré-pandemia (fevereiro de 2020), embora permaneça 14,4% abaixo do nível recorde

Por JC Publicado em 03/10/2025 às 21:43

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O setor industrial brasileiro registrou um crescimento de 0,8% em agosto na comparação com julho, interrompendo um período de perdas que prevalecia desde abril. Este foi o maior avanço da indústria desde março de 2025 (1,7%), conforme a Pesquisa Industrial Mensal (PIM), divulgada hoje (3) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Com o resultado, a produção industrial se encontra 2,9% acima do patamar pré-pandemia (fevereiro de 2020), embora permaneça 14,4% abaixo do nível recorde alcançado em maio de 2011.

No entanto, o gerente da pesquisa, André Macedo, alerta que, mesmo com a alta de agosto, o setor ainda acumula um saldo negativo de 0,4% nos últimos cinco meses.

Expansão disseminada e destaques setoriais

O resultado positivo de agosto foi impulsionado por uma base de comparação depreciada e pelo perfil disseminado de crescimento: 16 das 25 atividades pesquisadas e três das quatro grandes categorias econômicas apontaram avanço na produção. Este é o maior espalhamento de taxas positivas desde março de 2025, quando 17 ramos mostraram crescimento.

Entre as atividades, os destaques de crescimento foram:

Produtos farmoquímicos e farmacêuticos: com expressiva alta de 13,4%, acumulando expansão de 28,6% em quatro meses.

Coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis: subiu 1,8%.

Produtos alimentícios: avançou 1,3%.

No lado negativo, o principal impacto veio de produtos químicos (-1,6%), que interrompeu três meses seguidos de crescimento. Quedas relevantes também foram observadas em máquinas e equipamentos (-2,2%) e produtos de madeira (-8,6%).

RESULTADOS

A alta na passagem de julho para agosto foi puxada por: bens intermediários (1,0%), que marcou o sétimo resultado positivo consecutivo; bens de consumo semi e não duráveis (0,9%); e bens de consumo duráveis (0,6%). O único segmento a recuar foi o de bens de capital (-1,4%).

Já na comparação com agosto de 2024, a produção industrial registrou queda de 0,7%, afetada por um dia útil a menos em 2025. A principal influência negativa foi de coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (-4,0%), pressionada pela menor produção de álcool etílico.

Na contramão, a atividade de indústrias extrativas (4,8%) exerceu a maior influência positiva no índice interanual, impulsionada pela maior extração de óleos brutos de petróleo.

No acumulado do ano, a indústria registra avanço de 0,9%, e em 12 meses, a alta é de 1,6%.

 
 

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