Recife lidera prévia da inflação no País em setembro
O principal motor desse avanço na RMR foi o aumento nos custos de Habitação, que dispararam 3,36%, e Transportes, com alta de 1,31%

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A Região Metropolitana do Recife (RMR) registrou em setembro a maior prévia da inflação do País, de acordo com o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), divulgado hoje (25) pelo IBGE. A variação mensal atingiu 0,80%, superando as demais capitais e elevando o acumulado da inflação no ano para 4,07%.
O principal motor desse avanço foi o aumento nos custos de Habitação, que dispararam 3,36%, e Transportes, com alta de 1,31%. Juntos, esses dois grupos possuem um peso significativo na composição do índice, o que contribuiu de forma relevante para o resultado geral do mês.
Alimentação e Artigos de Residência seguram a pressão
Apesar da alta em moradia e locomoção, o recuo nos preços de outros setores impediu que a inflação fosse ainda maior. O grupo Alimentação e bebidas, que tem o maior peso no IPCA-15 da RMR, registrou uma deflação de 0,28%. Houve também queda nos preços de Artigos de residência, com recuo de 0,42%.
Destaques nos acumulados
Na análise do acumulado do ano, a inflação na RMR de janeiro a setembro foi mais intensa nos grupos Habitação (6,5%) e Educação (5,72%). Por outro lado, Comunicação (0,02%) e Artigos de residência (0,06%) demonstraram estabilidade, com os menores avanços.
No período de 12 meses, os custos de Habitação também se destacam, acumulando alta de 7,43%, seguidos por Despesas pessoais (6,32%). Os menores aumentos em 12 meses foram registrados em Artigos de residência (0,21%) e Comunicação (0,63%).
Para o cálculo do IPCA-15, o IBGE pesquisou os preços no período de 15 de agosto a 15 de setembro, comparando-os com o mês anterior.
PRÉVIA DA INFLAÇÃO NO PAÍS
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo - 15 (IPCA-15) de setembro (0,48%), apurado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), é o maior para o mês desde o ano de 2021, quando foi registrada uma alta de 1,14%.
O IPCA-15 de setembro também é o mais alto desde março de 2025, quando o indicador variou 0,64%. Já no acumulado em 12 meses, o IPCA atingiu 5,32% nesta leitura, maior alta desde maio deste ano (5,40%).
No grupo Habitação (3,31%), o principal e maior impacto individual no índice do mês veio da energia elétrica residencial (0,47 p.p.), que, após a queda de 4,93% em agosto, subiu 12,17% em setembro com o fim da incorporação do Bônus de Itaipu, creditado nas faturas emitidas no mês de agosto.
No grupo Vestuário (0,97%), destacam-se as altas nas roupas femininas (1,19%) e nos calçados e acessórios (1,02%).
O resultado do grupo Saúde e cuidados pessoais (0,36%), em setembro, foi influenciado pelo plano de saúde (0,50%).
Em Alimentação e Bebidas (-0,35%), o grupamento da alimentação no domicílio registrou variação de -0,63%, após recuar 1,02% no mês anterior. Contribuíram para esse resultado as quedas do tomate (-17,49%), da cebola (-8,65%), do arroz (-2,91%) e do café moído (-1,81%). No lado das altas, destacam-se as frutas, que subiram, em média, 1,03%.
A alimentação fora do domicílio (0,36%) desacelerou em relação ao mês anterior (0,71%), em virtude das altas menos intensas do lanche (de 1,44% em agosto para 0,70% em setembro) e da refeição (de 0,40% para 0,20%).