De resíduo invisível a moda circular: RODA e RioMar transformam guarda-chuvas quebrados em produtos sustentáveis
Coletores foram instalados no shopping para dar novo destino aos guarda-chuvas e sensibilizar a população sobre a importância do consumo sustentável

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Guarda-chuvas são uma espécie de vilão invisível no ciclo do descarte. Feitos de tecido sintético, varetas de metal, plástico e fibras, eles levam até 200 anos para se decompor no meio ambiente. Nesse tempo, acabam quase sempre em aterros ou incinerados, liberando poluentes e agravando os impactos do resíduo urbano.
Uma ação inédita entre a RODA, empresa de design circular, e o RioMar Recife vai dar um destino a esse objeto tão comum no dia a dia. O shopping instalou coletores de guarda-chuvas danificados em pontos estratégicos, de grande circulação: próximos da entrada da Diagmax e da Lotérica, no Piso Térreo. O projeto vai estimular a adesão do público e mostrar que até resíduos considerados 'sem solução' podem ganhar novo ciclo em forma de bolsas, nécessaires e outros acessórios sustentáveis.
Antes que vá para o lixo
Especializada em reaproveitamento criativo, a RODA ficará responsável por transformar o tecido dos guarda-chuvas em peças únicas, aumentando o tempo de vida de um objeto que teria o lixo como destino. Todos os anos, 900 milhões de guarda-chuvas são descartados em todo o mundo e esse número vem crescendo.
"Percebemos que, com as mudanças climáticas, o uso de sombrinhas aumentou. Antes, elas ficavam na bolsa por períodos curtos, mas agora são usadas com mais frequência, gerando mais resíduos quando são descartadas. Tivemos a ideia de garantir uma destinação mais nobre para esses itens, além de mostrar ao público que a reciclagem responsável é possível. A partir disso, ampliamos nossa parceria com a Roda, que já cuidava de materiais de difícil reciclagem, e fechamos a parceria", conta a coordenadora de Sustentabilidade do RioMar Recife, Jussara de Paula.
Sombrinha vira bolsa, colete, mochila...
Com 5 anos de mercado, a RODA tem experiência na criação de produtos a partir do nylon de guarda-chuva. "Conhecemos a composição sabemos para quais produtos pode ser direcionado. O tecido impermeável é interessante para bolsas, nécessaires, mochilas, casacos corta-vento, jaquetas e coletes", detalha a sócia da RODA, Manu Moreira. "O guarda-chuva tem estampas interessantes e variadas, o que nos permite criar peças únicas. Como somos uma empresa de ecodesign, exploramos essas possibilidades estéticas e criativas", complementa.
Manu destaca que a parceria entre a RODA e o RioMar também ensina e inspira. "Não existe 'jogar fora'. Tudo permanece dentro do planeta e precisamos reinventar formas de reduzir a extração de matérias-primas. Cada vez que alguém compra um produto feito a partir de resíduos, está evitando que a natureza seja explorada novamente. Comprar uma bolsa feita de nylon de guarda-chuva significa não precisar produzir um novo tecido a partir do petróleo. Por isso, reforçamos que vendemos não apenas um produto, mas um propósito. Quem compra um presente corporativo sustentável está, na verdade, apoiando ações ligadas aos ODS e à luta contra as mudanças climáticas", apoia.
Práticas sustentáveis do Grupo JCPM
A iniciativa de coletar os guarda-chuvas defeituosos se conecta com a estratégia ESG do grupo JCPM, que já é consolidada e reconhecida. "Trabalhamos fortemente a gestão de resíduos e a responsabilidade socioambiental. A ideia de buscar soluções viáveis para a reciclagem é uma constante, sobretudo no RioMar. Sempre procuramos entender como cada resíduo gerado pode ter um começo, meio e fim, com rastreabilidade. Nada é feito sem estudo, cuidado e aderência aos nossos princípios de sustentabilidade. Garantir uma destinação mais nobre a um guarda-chuva, por exemplo, contribui para mostrar ao público que a reciclagem responsável é possível", reforça Jussara.