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Inflação do Recife recua e fica abaixo da média nacional em agosto

Apesar da queda mensal, no acumulado de janeiro a agosto, o grupo que mais pressionou a inflação no Recife foi Educação, com alta de 5,55%

Por JC Publicado em 10/09/2025 às 17:12 | Atualizado em 10/09/2025 às 17:14

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 A inflação na Região Metropolitana do Recife (RMR) desacelerou em agosto e registrou uma queda de -0,24%, superando a deflação nacional de -0,11%. Os dados, divulgados nesta quarta-feira (10) pelo IBGE, mostram que o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) acumulou 3,09% no ano e 4,58% nos últimos 12 meses na região.

A queda mensal foi puxada, principalmente, pelos setores de Transportes (-1,07%), Habitação (-0,90%) e Alimentação e Bebidas (-0,53%). Por outro lado, o maior aumento foi observado em Vestuário, que registrou alta de 1,61%, seguido por Saúde e Cuidados Pessoais (0,66%) e Despesas Pessoais (0,33%).

Educação e Habitação puxam alta no ano

Apesar da queda mensal, no acumulado de janeiro a agosto, o grupo que mais pressionou a inflação no Recife foi Educação, com alta de 5,55%. Na sequência, estão Habitação (4,27%) e Saúde e Cuidados Pessoais (3,75%). O único grupo com deflação no período foi Artigos de Residência, com -0,57%.

Nos últimos 12 meses, os preços de Educação também lideraram os aumentos, com 5,78%, seguidos por Habitação (5,68%) e Alimentação e Bebidas (5,57%).

Entre os produtos que mais subiram em agosto, o melão se destacou com um salto de 26,78%, seguido pela cenoura (13,26%) e pelo coentro (9,45%). Nos serviços, os maiores aumentos foram registrados em cursos técnicos (4,49%) e preparatórios (4,17%).

INPC também registra queda

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), que abrange famílias com renda de até cinco salários mínimos, também apresentou deflação de -0,21% em agosto na RMR. No acumulado do ano, o índice chegou a 3,11% e, em 12 meses, a 4,44%.

As maiores quedas mensais no INPC foram em Habitação (-0,92%), Transportes (-0,90%) e Alimentação e Bebidas (-0,59%). Já os maiores aumentos foram em Vestuário (1,58%) e Saúde e Cuidados Pessoais (0,75%).

Inflação nacional

O Índice de Preços ao Consumido Amplo (IPCA) registrou deflação de 0,11% em agosto, ficando 0,37 ponto percentual (p.p.) abaixo da taxa de 0,26% de julho. Este foi o primeiro resultado negativo desde agosto de 2024 (-0,02%) e o mais intenso desde setembro de 2022 (-0,29%). No ano, o IPCA acumula alta de 3,15% e, nos últimos 12 meses, o índice ficou em 5,13%, abaixo dos 5,23% dos 12 meses imediatamente anteriores. 

A variação e o impacto negativo mais intensos vieram do grupo Habitação (-0,90% e -0,14 p.p.), devido à queda na energia elétrica residencial (-4,21%), subitem que exerceu o impacto mais intenso no índice (-0,17 p.p.). Também tiveram quedas em agosto Alimentação e bebidas (-0,46% e -0,10 p.p.) e Transportes (-0,27% e -0,06 p.p.), grupos de maior peso no IPCA juntamente com Habitação.

“Somados, esses três grupos foram responsáveis por -0,30 p.p. de impacto no índice geral. Sem eles, o resultado do IPCA de agosto ficaria em 0,43%”, informou Fernando Gonçalves, gerente do IPCA.

Além deles, Comunicação e Artigos de residência também tiveram deflação (ambos com -0,09% de variação e 0,00 p.p. de impacto) e os demais grupos registraram variações e impactos positivos: Educação (0,75% e 0,05 p.p.), Saúde e cuidados pessoais (0,54% e 0,07 p.p.), Vestuário (0,72% e 0,03 p.p.) e Despesas pessoais (0,40% e 0,04 p.p.).

O índice de difusão, ou seja, o percentual de subitens que tiveram resultado positivo, aumentou de 50% em julho para 57% em agosto. “O grupamento dos alimentícios mostrou redução na difusão de julho para agosto, de 50% para 47%, enquanto no grupamento dos não alimentícios houve aumento de 49% para 65%, mostrando uma maior quantidade de subitens com alta de preços. Todavia, a variação do grupamento dos não alimentícios foi de -0,01%, em razão da contribuição da queda na energia elétrica residencial”, analisa o gerente.

Habitação saiu de um aumento de 0,91% em julho para uma queda de 0,90% em agosto. “Essa foi menor resultado para um mês de agosto desde o Plano Real”, destaca o Gonçalves. O grupo foi influenciado pela energia elétrica (-4,21% e -0,17 p.p.), com queda em decorrência da incorporação do Bônus de Itaipu, apesar de estar em vigor a bandeira tarifária vermelha patamar 2, que adiciona R$ 7,87 na conta e luz a cada 100 Kwh consumidos. Em julho, vigorava a bandeira tarifária vermelha patamar 1.

A energia sofreu, ainda, uma série de reajustes tarifários: 18,62% em São Luís (-5,90%) a partir de 28 de agosto; 15,32% em Vitória (7,02%) a partir de 07 de agosto; 4,25% em Belém (-2,34%) desde 07 de agosto e 13,97% em uma das concessionárias em São Paulo (-3,64%) vigente desde 04 de julho.

O grupo Alimentação e bebidas (-0,46%), de maior peso no índice, teve deflação pelo terceiro mês consecutivo (-0,18% em junho e -0,27 em julho). A queda de agosto foi influenciada pela alimentação no domicílio, com -0,83%, após redução de 0,69% em julho. Destacam-se as reduções no tomate (-13,39%), batata-inglesa (-8,59%), cebola (-8,69%), arroz (-2,61%) e café moído (-2,17%). “De forma geral, tais produtos alimentícios registraram quedas em razão de maior oferta”, observa o gerente.

Já a alimentação fora do domicílio desacelerou na passagem de julho (0,87%) para agosto (0,50%). O subitem lanche passou de 1,90% em julho para 0,83% em agosto, e a refeição foi de 0,44% em julho para 0,35% em agosto.

Transportes saiu de 0,35% em julho para -0,27% em agosto. O resultado reflete a queda nas passagens aéreas (-2,44%) e nos combustíveis (-0,89%). Com redução de 0,94%, a gasolina registrou o segundo impacto individual mais intenso no índice (-0,05 p.p.). Etanol (-0,82%) e gás veicular (-1,27%) também caíram, enquanto o óleo diesel subiu 0,16%.

De acordo com Gonçalves, “no caso das passagens aéreas, a redução se deve ao final das férias de meio de ano e, especificamente na gasolina, a partir de agosto, a mistura do etanol subiu para 30%”.

Pelo lado das altas, o grupo Educação variou 0,75% em agosto com a incorporação de reajustes nos cursos regulares (0,80%), principalmente por conta dos subitens ensino superior (1,26%) e ensino fundamental (0,65%). A alta dos cursos diversos (0,91%) foi influenciada pelos cursos de idiomas (1,87%).

No Vestuário (0,72%), destacam-se as altas na roupa masculina (0,93%) e nos calçados e acessórios (0,69%). Em Saúde e cuidados pessoais (0,54%), sobressaem as altas nos itens de higiene pessoal (0,80%) e no plano de saúde (0,50%).

 

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