JC Negócios | Notícia

Freio no resultado do PIB acende debate no governo sobre efeito de Selic de para 15% ao ano para conter a inflação

Reações à influência da taxa de juros como trava do crescimento estão mais firmes entre ministros do PT que nos partidos que apóiam o governo Lula

Por Fernando Castilho Publicado em 03/09/2025 às 0:06 | Atualizado em 03/09/2025 às 22:38

Clique aqui e escute a matéria

O PIB do Brasil variou 0,4% no segundo trimestre de 2025 frente ao primeiro trimestre de 2025, na série com ajuste sazonal provocado pela alta nos Serviços (0,6%) e na Indústria (0,5%) e menos pela Agropecuária que caiu -0,1% segundo apuração do IBGE divulgada nesta terça-feira (2). No período, a economia brasileira totalizou R$3,2 trilhões em valores correntes.

No período, a taxa de investimento chegou a 16,8% do PIB, enquanto a taxa de poupança foi de 16,8%, superando nos dois indicadores, superando o mesmo trimestre de 2024.O Consumo das Famílias (0,5%) e as Exportações de Bens e Serviços subiram 0,7% cresceram, mas o Consumo do Governo (-0,6%) e a Formação Bruta de Capital Fixo (-2,2%) tiveram queda ante o primeiro trimestre.

Resultado menor

Os números vieram melhores que os analistas esperavam, mas abaixo das expectativas dos ministros do PT no governo que já vinham demonstrando insatisfação com a manutenção da Taxa Selic de 15%, que na visão deles e de economistas ligados a partido deixou de ser um fator de redução da inflação (principal objetivo do Banco Central) e passou para prejudicar a economia pela dificuldade do custo do dinheiro paras as empresas que se reflete não geração de empregos.

O primeiro a se manifestar nessa linha foi o ministro do Trabalho, Paulo Teixeira, para quem os dados do Novo Caged de julho, divulgados na quarta-feira (27), mostram que o país registrou saldo positivo de 129.775 postos de trabalho com carteira assinada no mês. O número é 32,2% menor do que o registrado no mesmo mês de 2024, quando houve saldo positivo de 191.373 postos de trabalho. Para o ministro existe a questão do tarifaço, mas a política de juros é o problema.

Divulgação
Mnistro do Trabalho, Paulo Teixeira. - Divulgação

Aumento nos serviços

O crescimento de 0,4% se deve aos Serviços que cresceram 0,6%, seguido pela Indústria que avançou 0,5% puxada pelo desempenho positivo de 5,4% nas Indústrias Extrativas. Nos Serviços, apresentaram crescimento: Atividades financeiras, de seguros e serviços relacionados (2,1%), Informação e comunicação (1,2%), Transporte, armazenagem e correio (1,0%), Outras atividades de serviços (0,7%), Atividades imobiliárias (0,3%). No Comércio (0,0%) houve estabilidade.

Comparado ao ano passado, o crescimento da Agropecuária cresceu 10,1%. O bom desempenho da Pecuária se deve, principalmente, a alguns produtos da lavoura como as safras significativas no segundo trimestre com crescimento na estimativa de produção anual e ganho de produtividade: milho (19,9%), soja (14,2%), arroz (17,7%), algodão (7,1%) e café (0,8%).

Mais máquinas

O dado também tem outro aspecto positivo: a Formação Bruta de Capital Fixo que cresceu 4,1% no segundo trimestre de 2025, puxada pelo aumento da importação de bens de capital e, também, e do desenvolvimento de software.

A Formação Bruta de Capital Fixo reflete a decisão das empresas de se equipar para produzir melhor comprando máquinas e equipamentos. E segundo o IBGE os destaques na pauta de importações foram: produtos químicos; máquinas e equipamentos; produtos farmacêuticos; e máquinas e aparelhos elétricos.

Demanda interna

Ao analisar a demanda interna, considerando a comparação semestral, houve aumento de 2,2% na Despesa de Consumo das Famílias e 0,7% na Despesa de Consumo do Governo. A Formação Bruta de Capital Fixo cresceu 6,6%. No setor externo, houve crescimento tanto nas Exportações (1,6%) quanto nas Importações (9,0%) de Bens e Serviços.

Mas o número representou uma forte desaceleração em relação ao primeiro trimestre do ano, quando o PIB cresceu 1,3% mas segundo Rebeca Palis, coordenadora das Contas Nacionais do IBGE, o ritmo da economia como um todo foi sustentado pelo setor de serviços, justamente porque eles são menos impactados pela alta nos juros. Os serviços respondem por quase 70% do PIB.

Visão de esquerda

Os números, entretanto, são combustíveis para a retomada de um debate que os partidos de esquerda vêm travando e que se juntam às queixas das entidades empresariais e sindicais.

A CNI, por exemplo, considera insuficiente e equivocada a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central de manter a taxa básica de juros em 15% ao ano fazendo uma conta de que alta do IOF sobre o crédito vai aumentar em R$ 4,9 bilhões o custo para as indústrias que no patamar atual dos juros reflete uma política monetária fortemente contracionista.

Divulgação
Formação Bruta de Capital Fixo leva a compra demais equipamentos. - Divulgação

Taxa de inflação

O argumento cresce em função de que a taxa de inflação (IPCA) em 12 meses está em 5,23% e 3,20% no ano com uma tendência de estabilidade desde março. Além disso, o Boletim Focus do Banco Central trabalha com uma taxação de 4,85% no ano, reforçando o discurso de que a taxa real deixou de ser um fator de contração da inflação para ser um fator de contração da economia. Embora não com a mesma intensidade de quando o BC era presidido por Roberto Campos Neto.

Visão do BC

No mandato de Gabriel Galipolo as críticas até agora estão bem menos intensas. Em julho, o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, disse na Câmara dos Deputados disse que a taxa de juros não baixa porque mais de 70% dos itens que compõem o índice de inflação estão acima da meta de 3% ao ano para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).

Segundo ele, a principal justificativa para a taxa de juros básica de 15% ao ano fixada pelo Comitê de Política Monetária não é pontual, mas disseminada. E que a taxa é alta porque a política monetária no Brasil não tem os mesmos efeitos que em outros países. E lembrou que existem subsídios cruzados que fazem com que as empresas consigam obter crédito com um custo menor que uma taxa normal.

 

Divulgação
BNDES e SENAI estão financiando projetos para equipamentos da indústria 4.0 a fundo perdido. - Divulgação

Indústria 4.0

O Senai e o BNDES estão oferecendo desde esta segunda-feira (1) R$56 milhões em recursos não reembolsáveis para projetos de pesquisa, desenvolvimento e inovação (PD & I) em indústria 4.0, por meio da chamada B+P - Smart Factory BNDES/2025.

Podem participar empresas provedoras de soluções tecnológicas para o setor industrial, como sensores, aplicações móveis, robôs, simuladores e inteligência artificial. Os projetos devem ser submetidos junto aos Institutos de Inovação e Tecnologia do Senai até dia 12 pela Plataforma Inovação para a Indústria. Serão selecionadas até 100 propostas.

Juros na construção

No relatório do PIB divulgado pelo IBGE o setor da construção civil registrou queda de 0,2% no segundo trimestre de 2025 em relação ao trimestre anterior. O resultado marca o segundo recuo consecutivo do setor, que já havia caído 0,6% nos três primeiros meses do ano. Para a CBIC a queda tem a ver com as taxas de juros, que estão no maior patamar em quase 20 anos e impactam diretamente um setor altamente dependente de crédito.

Divulgação
Compra-do-Banco-Master-pelo-BRB chegoiu no Congresso Nacional. - Divulgação

Não é o PIB

Não tem nada a ver com a atuação do Banco Central na manutenção das taxas de juros em 15%. O movimento em que líderes do MDB, PL, PSB e Republicanos na Câmara assinaram o requerimento de urgência muda a regra de autonomia do BC.

E estabelece que o presidente e os diretores do Banco Central serão exonerados caso haja requerimento aprovado pela maioria absoluta da Câmara dos Deputados se deve a resistência de parte da diretoria de não aprovar a compra do Banco Master pelo BRB. O que abre uma avenida de suspeitas da operação e leva a perguntar: Porque tantos deputados querem aprovar essa operação cheia de suspeitas.

Point de tênis

A Construtora Vale do Ave vai investir R$4 milhões num novo point esportivo em Boa Viagem. A Arena Vale do Ave fica na Avenida Domingos Ferreira e será inaugurada no final do ano para prática de tênis no Recife. Terá três quadras de saibro, food court, área de eventos e serviços de Bem-estar. Além de serviços gastronomia e convivência em função da localização privilegiada em Boa Viagem.

Série de ataques

Está virando rotina, Nesta terça-feira (2), a fintech Monbank sofreu um ataque hacker direcionado ao PIX. Foi o terceiro incidente do tipo no setor financeiro brasileiro que vêm a público em dois meses. Foram desviados R$4,9 milhões, mas boa parte já foi recuperada.

O primeiro ataque hacker - o maior da história do país - foi registrado no início de julho, e o alvo foi a C & M Software, com prejuízo estimado em R$1 bilhão.

O segundo, na última sexta-feira (29), atingiu a empresa de tecnologia financeira Sinqia, que afirmou que o desvio foi de R$710 milhões. Em ambos os casos, foi invadida a infraestrutura do sistema de pagamentos instantâneos.

Divulgação
Brinquedos de montar são os preferidos pelos consumidores em uma década. - Divulgação

Brinquedos

A Circana uma consultoria global, líder em tecnologia, inteligência artificial e análises de dados revelou que numa década sobre o mercado de brinquedos os produtos que mais cresceram em faturamento foram os blocos de montar (+38%), pelúcias tradicionais (+24%), mini-veículos (+23%) e cartas estratégicas de troca (+46%). Entre as licenciadas Lilo & Stitch se destacou como fenômeno absoluto com alta de 729%, enquanto Pokémon (+42%) e Hot Wheels (+15%) reforçaram o apelo das marcas tradicionais.

Rota do Mar

O Recife Expo Center recebe de 6 a 10, o projeto Trama Moda Pernambuco, que irá contar com a participação da Rota do Mar, do empresário Arnaldo Xavier. O selo, que é pioneiro quando o assunto é desenvolvimento no mercado têxtil em Pernambuco, coleciona quase 30 anos de experiência. O evento - realizado pela NTCPE com apoio da Adepe, Sebrae e Senac - conta com novidades criativas para encantar através de estandes, desfiles e talk show.

Prêmio Internacional

O cemitério, crematório e funerária Morada da Paz, do Grupo Morada, recebeu pelo nona vez consecutiva, selo Pursuit of Excellence Award, concedido pela National Funeral Directors Association (NFDA) pela excelência na prestação de serviços no Nordeste.

Área de shows

O Pernambuco Centro de Convenções (CECON), em Olinda, anuncia pacote de R$2 milhões em retrofit, climatização e comunicação visual, além da implantação de uma área externa voltada a megaeventos no antigo terreno do Parque Mirabilândia.

A nova área externa tem 25 mil metros quadrados e capacidade para até 100 mil pessoas, focada na atração de grandes shows e festivais.

Novos talentos

Pesquisa da Brasscom, Associação das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC) e de Tecnologias Digitais e Fundação Telefônica Vivo revela que 82% das empresas do setor planejam aumentar suas equipes nos próximos dois anos e que dessas, quase metade (46%) pretende direcionar as novas vagas para profissionais juniores, como estagiários, aprendizes e iniciantes de carreira.

Feira do IPA

De 10 a 14 de setembro, na sede Instituto Agronômico de Pernambuco (IPA) acontece a II Feira de Negócios da Agricultura Familiar de Pernambuco que tem expectativa de negócios de R$10 milhões de impacto direto na economia do estado. A entrada é gratuita.

Miva Filho
Hospital da Restauração terá sua fachada restaurada. - Miva Filho

Fachada do HR

Depois de uma longa negociação com o Iphan o Governo do Estado está dando a ordem de serviço para a Reforma da Fachada do Hospital da Restauração Governador Paulo Guerra que vai custar R$ 10 milhões.

Ciência e Tecnologia

Vai custar R$33,2 milhões a geral que o Governo do Estado vai fazer uma Requalificação do Parque Memorial Arcoverde, no município de Olinda e do Espaço Ciência, entre os municípios de Recife e Olinda. A última obra de melhoria no parque foi no governo Jarbas Vasconcelos.

Compartilhe

Tags