Amcham aponta avanços do Brasil em áreas investigadas por EUA e defende cooperação
Entidade destaca progresso em etanol, combate ao desmatamento e propriedade intelectual, e pede que tarifas não prejudiquem a relação bilateral

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*Com informações de Estadão Conteúdo
A Câmara Americana de Comércio para o Brasil (Amcham Brasil) enviou nesta segunda-feira (18) contribuições ao Escritório do Representante Comercial dos Estados Unidos (USTR). O texto aborda a investigação conduzida no âmbito da Seção 301 dos EUA sobre supostas práticas comerciais ilegais do País.
No comunicado, a Amcham reconhece avanços do Brasil em seis áreas investigadas:
- Acesso ao mercado de etanol;
- Combate ao desmatamento ilegal;
- Fiscalização de medidas anticorrupção;
- Tarifas preferenciais;
- Proteção da propriedade intelectual e
- Políticas ligadas ao comércio digital e serviços de pagamento eletrônico, como o Pix.
Superávit e relação econômica
Segundo a entidade, os Estados Unidos mantêm superávit comercial consistente com o Brasil. Em 2024, o saldo foi positivo em US$ 6,8 bilhões em bens e US$ 23,1 bilhões em serviços. Nos últimos dez anos, o superávit acumulado chegou a US$ 257 bilhões.
Mais de 70% dos produtos americanos entram no Brasil com tarifa zero, e empresas brasileiras sustentam cerca de 110 mil empregos nos EUA. Para a Amcham, esse cenário reforça a importância de preservar uma relação marcada por mais de um século de comércio e investimentos.
Questões em debate
A associação observa que os acordos preferenciais com Índia e México seguem as regras internacionais, têm alcance restrito e impacto comercial “marginal”. No campo digital, lembra que a regulação sobre responsabilidade de plataformas ainda está em discussão no Legislativo e Executivo.
Na área ambiental, ressalta que, após a meta de desmatamento zero até 2030, houve redução de 30% na área desmatada entre 2023 e 2024. Também defende maior cooperação entre Brasil e EUA na área de biocombustíveis.
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Alerta sobre tarifas
A Amcham reconhece desafios estruturais na proteção da propriedade intelectual, mas cita avanços como a Estratégia Nacional de PI.
Por fim, a entidade critica a tarifa de 50% imposta pelos EUA a produtos brasileiros, alertando que medidas desse tipo podem gerar efeitos adversos para ambos os países e abrir espaço para contramedidas.