25ª Fenearte registra recorde de R$ 163 milhões em negócios e 340 mil visitantes
Governo de Pernambuco celebra resultado dos 25 anos da feira e já começa a planejar a edição de 2026, que vai acontecer entre os dias 8 e 19 de julho

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A 25ª edição da Fenearte chegou ao fim registrando recordes. Durante 12 dias, o Centro de Convenções de Pernambuco se transformou no coração do artesanato brasileiro — uma celebração de saberes populares, encontros e negócios que fizeram jus ao título escolhido para este ano: “A Feira das Feiras”. Os números ajudam a dimensionar o sucesso: a movimentação financeira alcançou R$ 163 milhões, superando em mais de 50% o valor de 2024. O público também cresceu — 340 mil pessoas circularam pela feira, 20 mil a mais do que na edição anterior.
O balanço foi divulgado nesta segunda-feira (21) pelo Governo do Estado, através da Agência de Desenvolvimento Econômico de Pernambuco (Adepe). Na edição em que completou 25 anos, a Fenearte consolida e renova a sua importância para o artesanato não apenas pernambucano, mas também do Brasil e da América Latina.
Com corredores cheios desde o primeiro dia, programação diversificada e vendas em alta, a Fenearte encerrou a edição de 2025 com indicadores expressivos de desempenho. Uma pesquisa realizada pela Empresa de Turismo de Pernambuco (Empetur) com o público visitante mostra que 99,1% aprovaram o evento. Entre os entrevistados, 21,4% participaram pela primeira vez — e, desse grupo, 96,1% disseram que a experiência atendeu ou superou as expectativas. Quase a totalidade (95,86%) afirmou que pretende voltar em 2026. Entre os expositores, 98,1% também demonstraram interesse em participar novamente.
“Encerramos esta edição histórica com números que nos alegram e nos impulsionam. Celebramos uma política pública que valoriza o artesanato, a cultura e a economia criativa. Esses resultados são prova de que estamos no caminho certo”, afirmou a diretora-presidente da Adepe, Ana Luiza Ferreira.
MUNDO DO ARTESÃO
Com cerca de 5 mil artesãos e empreendedores ocupando aproximadamente 700 estandes, a feira reuniu representantes de todos os estados brasileiros, além do Distrito Federal e de 30 países. Ao todo, 86 prefeituras pernambucanas estiveram presentes, reforçando a capilaridade do evento. Boa parte dessa presença foi viabilizada por políticas públicas de fomento como o Programa do Artesanato Brasileiro (PAB), do governo federal, e o Programa Pernambuco Artesão, desenvolvido pela Adepe com apoio do Sebrae.
Além da movimentação econômica, a Fenearte aposta em programação para formar público, valorizar tradições e fomentar novos mercados. A agenda incluiu 168 oficinas de práticas artesanais, que reuniram 1,6 mil participantes. A passarela da Moda Fenearte apresentou dez desfiles inspirados na Feira da Sulanca. Na área da gastronomia, o espaço Cozinha Fenearte teve como tema “Casas de Farinha” e promoveu 18 aulas-show com chefs e mestres farinheiros, todas com entrada gratuita.
A feira também foi palco de rodas de conversa sobre artesanato, cultura, design, literatura e sustentabilidade. O conteúdo das aulas de culinária e dos bate-papos pode ser revisto no canal da Fenearte no YouTube. Já o palco Pernambuco Meu País apresentou 78 atrações musicais, indo da cultura popular à nova cena artística do estado.
Sustentabilidade
Projetos sociais e de inclusão também marcaram presença. O Fenearte Cidadania, voltado para os filhos de artesãos e ambulantes que trabalham na feira, ofereceu atendimento, recreação e alimentação durante os 12 dias do evento. Na área de acessibilidade, 368 pessoas com deficiência foram atendidas por uma equipe de 22 intérpretes de Libras e audiodescritores, além da oferta de cadeiras de rodas e visitas guiadas.
A sustentabilidade foi outra frente com resultados concretos. Um total de 8,7 toneladas de resíduos recicláveis foi coletado e triado por mulheres da Cooperativa Ecovida Palha de Arroz, que terão uma renda superior a R$ 53 mil com a venda dos materiais. Outros 1,4 tonelada de resíduos orgânicos foi destinada à compostagem. As ações evitaram a emissão de 28,9 toneladas de CO², o equivalente à atuação de 202 árvores.
No campo das artes visuais, seis exposições foram montadas na entrada da feira, incluindo o 20º Salão de Arte Popular Ana Holanda, o 9º Salão de Arte Religiosa e o inédito Salão Pernambuco Faz Design. Também foi apresentada a mostra “Do Sertão ao Cais”, com peças produzidas nas Jornadas Criativas do Programa Pernambuco Artesão.
Curado pelas arquitetas Bete Paes e Roberta Borsoi, o Espaço Janete Costa celebrou o diálogo entre arquitetura e arte popular, com convidados de várias regiões do Brasil. Entre eles, a artesã Dilma Terena (MS), o artista Getúlio Damado e seu filho Victor (RJ), os pintores ribeirinhos Antônio Barata e Kekel (PA) e a caruaruense Dona Mariquinha, conhecida pelas bonecas de pano.
Fenearte virtual
Mesmo após o encerramento físico da feira, parte do conteúdo continua acessível virtualmente. No site Museus Digitais de Pernambuco, é possível visitar a fachada da 25ª edição e fazer um passeio 360º pela Alameda dos Mestres, espaço que homenageia artesãos já falecidos com réplicas de seus estandes.
Agora, passada a comemoração pelos resultados, começa a contagem para os próximos 25 anos dessa política pública que consolidou a Fenearte como vitrine do artesanato brasileiro. Mais do que uma feira, a Fenearte tem contribuído para fortalecer a comercialização, ampliar a distribuição da produção artesanal, movimentar a economia criativa, iluminar a cultura e manter vivo o saber popular que atravessa gerações.