Recife registra quarta maior inflação do Brasil, diferente da nacional, que desacelerou
Com alta de 7,16%, a energia elétrica residencial foi a responsável por puxar o grupo da habitação e contribuir para aumentar a inflação em maio

Enquanto o governo Federal comemora a menor inflação do ano em maio, a Região Metropolitana do Recife seguiu em sentido oposto e registrou uma das maiores altas entre as capitais pesquisadas pelo IBGE. Com variação de 0,56% no mês, a Capital pernambucana teve a quarta maior alta do País. Em comparação, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) no Brasil ficou em 0,26%, abaixo das taxas de abril (0,43%) e de maio do ano passado (0,46%).
Segundo dados divulgados nesta terça-feira (10) pelo IBGE, o IPCA nacional acumula 2,75% no ano e 5,32% em 12 meses. Já no Recife, a inflação acumulada no ano está em 2,68% e, nos últimos 12 meses, em 4,33%.
Na capital pernambucana, o maior peso no orçamento das famílias veio do grupo Habitação, com alta de 3,36% e impacto de 0,45 ponto percentual na inflação do mês. A energia elétrica residencial foi a grande responsável pelo grupo da habitação, com aumento expressivo de 7,16% em maio, após ter caído 1,7% em abril.
“Além do reajuste em algumas áreas pesquisadas e aumento nas alíquotas de PIS/COFINS, esteve vigente no mês de maio a bandeira tarifária amarela, com cobrança adicional de R$ 1,885 na conta de luz a cada 100 kWh consumido”, explicou Fernando Gonçalves, gerente da pesquisa do IBGE.
O aumento da energia também influenciou o índice nacional. No Brasil, o grupo Habitação também foi o que mais pesou na inflação de maio, com alta de 1,19%, puxada pelo aumento da energia elétrica (3,62%).
Outro grupo que pressionou o índice no Recife foi o de Alimentação e bebidas, que subiu 0,81% em maio, acima da taxa de 0,64% registrada em abril. Itens como cebola (17,93%), batata-inglesa (13,44%) e tomate (8,98%) ficaram significativamente mais caros. Já alguns produtos apresentaram queda nos preços, como o melão (-13,25%), a cenoura (-6,68%) e a melancia (-6,46%).
Fernando Gonçalves destacou que fatores sazonais e questões externas influenciaram essas variações. “No caso da batata-inglesa, sabe-se que a sazonalidade da safra não permitia produção suficiente para suprir a demanda. Já no caso da cebola, questões relacionadas à importação do produto da Argentina influenciaram no aumento dos preços”, afirmou.
Famílias de menor renda
O IBGE também divulgou os dados do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), que mede a inflação para as famílias com renda mais baixa. Em maio, o INPC subiu 0,70%. No acumulado do ano, o aumento foi de 2,77% e, em 12 meses, chegou a 4,03% — acima dos 3,78% registrados no período anterior.
Assim como no IPCA, os alimentos foram os vilões da inflação das famílias de menor renda, com aceleração de 0,24% em abril para 0,70% em maio. Já os produtos não alimentícios tiveram alta de 0,48%, frente aos 0,17% do mês anterior.