No Fórum Esfera Brasil, Raquel Lyra destaca avanço da transição energética em Pernambuco
A governadora defende agregar valor à energia limpa e investir em projetos sustentáveis para impulsionar o crescimento de Pernambuco

O segundo dia do Fórum Esfera Brasil, realizado em São Paulo, contou com a participação da governadora de Pernambuco, Raquel Lyra, entre os painelistas neste sábado (7).
Questionada sobre o processo de transição energética pelo qual o mundo e o Brasil passam, a governadora destacou que se trata de um desafio para o qual o Governo do Estado está preparado.
"O cenário é incerto, mas o Nordeste e Pernambuco enxergam esse momento como uma grande oportunidade de crescimento. Temos condições de praticar a transição energética como poucos lugares no mundo, devido à constância dos nossos ventos e por ter sol o ano inteiro. Vivemos um processo muito firme de transição energética no nosso Estado. Lançamos um Plano de Mudança Econômica e Ecológica em que buscamos trabalhar o crescimento de Pernambuco baseado na nova economia", destacou.
A chefe do Executivo estadual citou ações de transição energética no território pernambucano. "Estamos trabalhando a transição energética no Posso Gesseiro do Araripe, que consumia lenha da Caatinga e agora começa a utilizar gás canalizado da Copergás. Está em processo de licitação o segundo trem da Refinaria Abreu e Lima, que já vai ter tecnologia pronta para poder trabalhar com o biocombustível. Há a possibilidade de instalação (no Porto de Suape) da European Energy, indústria de metanol", enumerou.
No debate, mediado pelo jornalista William Waack, também participaram Luis Felipe Salomão (ministro e vice-presidente do Superior Tribunal de Justiça), Gustavo Pimenta (CEO da Vale) e Cristiano Pinto da Costa (presidente da Shell no Brasil).
Energia Limpa
De acordo com a governadora, é necessário ir além da produção de energia limpa. É preciso, sobretudo, agregar valor a ela e implementar projetos sustentáveis que contribuam com o crescimento do Estado sem prejudicar o meio ambiente e levando em consideração a justiça social.
Na última quinta-feira (5), data em que se celebrou o Dia Mundial do Meio Ambiente, o Governo de Pernambuco lançou quatro políticas ambientais para o Estado.
Entre as iniciativas apresentadas, estão o Cartão Verde Pernambuco, que vai pagar ao menos R$ 315 por mês a famílias engajadas com a recuperação da vegetação nativa estadual, e o Plantar Juntos Organizações Socioambientais, que prevê o plantio de pelo menos 450 mil mudas de espécies da Caatinga e da Mata Atlântica.
Outra iniciativa é o decreto Plantar Juntos Cidades Verdes, que determina que todas as obras públicas urbanas executadas pelo Estado deverão incluir a arborização com espécies nativas.
"Precisamos incluir as pessoas nesse debate de transição energética. Eu lancei um programa nesta semana, no Dia do Meio Ambiente, sobre pagamento do serviço ambiental para manter a floresta de pé, para manter a Caatinga de pé", disse, referindo-se ao Pagamento por Serviços Ambientais (PSA), que oferece compensação financeira a proprietários e comunidades que adotam práticas de conservação, como a proteção de nascentes, recomposição de áreas degradadas e manutenção de florestas.
Duas instruções normativas publicadas pela Agência Estadual do Meio Ambiente (CPRH) definiram parâmetros técnicos objetivos, fruto de um processo participativo conduzido pela Secretaria de Meio Ambiente, Sustentabilidade e Fernando de Noronha (Semas), com colaboração da Secretaria de Desenvolvimento Econômico (Sdec).
As diretrizes integram a política ambiental do Estado por meio do Plano Pernambucano de Mudança Econômico-Ecológica (PerMeie), garantindo mais segurança jurídica e previsibilidade ao setor.