Novo pedido de empréstimo do governo do Estado chega sem que anterior seja aprovado e escalada e expõe crise entre poderes
Embate entre Legislativo e Executivo expõe falta de articulação e dificuldades das partes em conversar pensando no futuro do estado.

A governadora Raquel Lyra enviou à Assembleia Legislativa (Alepe), nesta quinta-feira (5), um projeto de lei que pede autorização para contratação, por parte do Executivo, de operação de crédito de R$1,7 bilhão junto a instituições financeiras nacionais e internacionais.
A maior parte do dinheiro será alocada no programa de recuperação de rodovias (PE nas Estradas), na modernização dos hospitais (R$500 milhões devem ser gastos em equipamentos hospitalares). Se tudo tramitar bem nas diversas comissões da Assembleia Legislativa de Pernambuco, os processos serão concluídos no início do segundo semestre de modo que autorizados o governo conclua as operações.
Novo empréstimo
Segundo a governadora, com esse empréstimo e mais o de R$1,5 bilhão em análise no Legislativo fechará a programação definida no Plano Plurianual 2024-2027, aprovado pela Casa Legislativa. Nesse período, o estado terá contratado R$11,2 bilhões e voltaria a uma média de investimentos de R$4 bilhões/ano saindo da mesmice dos anos anteriores, quando mal passou de R$1 bilhão.
Tudo estaria bem alinhado se a governadora não enfrentasse um movimento de oposição nas comissões da Assembleia que, aparentemente, saiu da esfera do embate político (o que é bom) para uma sucessão de gestos e atitudes que beira a irracionalidade chegando a (de novo), aparentemente, parecer picuinha. O que, partindo de homens de vida pública boa parte deles já de meia idade, seria ridículo. Dado às suas responsabilidades com a sociedade pernambucana. Mas sejamos honestos. Depois de várias semanas essa é a ideia que eles passaram para opinião pública.
Represamento
O gesto de enviar um novo pedido, segundo a governadora, é porque este seria o período normal do pedido dentro da programação financeira. O que fez a soma chegar em R$3,2 bilhões foi o atraso na aprovação do primeiro pedido de R$1,5 bilhão.
Aquele que recebeu uma inusitada proposta de mudança do objeto com a destinação de metade do valor para ser dividido equitativamente entre todos os 184 municípios que não guarda qualquer ligação com a realidade uma vez que, se aprovada a mudanças, as instituições interessados no empréstimo simplesmente desistiram por legalmente isso não ser possível.
Mas a proposta está lá. E para que o pedido volte ao seu propósito inicial, a proposta de mudança do objeto terá que ser rejeitada e, a seguir, aprovada a proposição do Executivo.
Imagem é tudo
Certamente, os deputados já perceberam que a imagem de que eles estão atrapalhando uma ação positiva para o desenvolvimento do estado já está cristalizada na opinião pública. Assim, se viessem a também procrastinar o segundo pedido de empréstimo, aí sim consolidaram a ideia que trabalham contra Pernambuco impedindo a governadora de desenvolver ações em favor do desenvolvimento do estado. Portanto, perderam a batalha da narrativa.
Mas o problema é que estamos perdendo tempo. Numa situação normal, o empréstimo enviado, nesta quinta-feira deveria ser aprovado antes do final do período legislativo do primeiro semestre. O que, a julgar pelo nível de embate entre Legislativo e Executivo poderá não acontecer.
Melhores práticas
Uma consulta aos anais da Assembleia não se encontra registro de ação protelatória desse nível. No governo Eduardo Campos, os pedidos foram aprovados, em média, em apenas 15 dias, o que permitiu o pacote de investimentos do seu governo.
E olha que as atas das comissões estão cheias de embates contundentes e debates acalorados entre os parlamentares e os representantes do governo. Mas nada comparável às discussões de tão baixa qualidade intelectual como as que estamos assistindo nas últimas semanas.
Vitoria de que?
Portanto, não é razoável que os senhores deputados estejam envolvidos numa estratégia para prejudicar o estado numa tentativa de inviabilizar o governo da governadora Raquel Lyra e apresentar esse “troféu” nas próximas eleições.
Mas isso não isenta o governo de ter sido minimamente competente na sua articulação junto às lideranças do Legislativo. Não se chega a esse nível de esgarçamento da noite para o dia. E não é bom prosseguir com isso. Até porque instituições empresariais e atores da sociedade já se preocupam, e até se oferecem, para ajudar. Por acaso os deputados estão recusando apoios de quem se dispõe a ajudar. E o governo, quer manter esse imbróglio?
Dívida cara
Pernambuco passou seis dos oito anos do Governo Paulo Câmara pagando as contas dos empréstimos (em dólar) celebrados no governo Eduardo Campos. Pagou e tem hoje uma capacidade ideal para contração de novos empréstimos. Até porque os bancos já identificam um perfil de seriedade da atual gestão. Nos oferece juros menores em real.
Portanto, numa linguagem figurada, podemos dizer que acabou o recreio. Chegou a hora de todos voltarem para a sala de aula, fazerem suas tarefas e se concentrarem nos exames do final do ano. Até porque o professor (eleitor) não tem muito apreço pelos que não levam a sério suas tarefas e tentam desviar a atenção na sala de aula para o que não é importante.
O Hidrogênio Verde do Piauí
Por ocasião do Brazil Energy Conference 2025, que acontece em Teresina (PI), reunindo especialistas em energia do Brasil, o governador do Piauí Roberto Fontelles informou que multinacional espanhola Solatio Energia Livre iniciou a supressão vegetal e limpeza de 154 hectares dentro da Zona de Processamento de Exportação (ZPE) de Parnaíba, no litoral do estado
ALi, a empresa pretende implantar uma usina que produzirá 400 mil toneladas de hidrogênio verde e 2,2 milhões de toneladas de amônia verde por ano no estado.
A limpeza do terreno deve durar de cinco a sete meses e com isso ela marca o início do investimento de R$27 bilhões, num projeto pioneiro em escala industrial no mundo e que deve consolidar o Piauí como um dos territórios mais promissores na cadeia global de combustíveis limpos.
Energia farta
Segundo o governador, a escolha do Piauí para sediar essa obra histórica tem a ver com dois recursos abundantes no estado para a produção de H2V: abundância de água no subsolo e energia limpa produzida localmente. Para produzir H2V, a usina da Solatio irá consumir 3 GW de energia, o triplo do que todo o Piauí consome – 1 GW.
Se efetivado, o investimento da Solatio equivale a aproximadamente um terço do Produto Interno Bruto do Piauí (PIB) do Piauí, estimado em R$72,8 bilhões e quase dez vezes o PIB do município de Parnaíba, segunda maior cidade do estado. A previsão é que a usina entre em operação no segundo semestre de 2029, mas a capacidade plena será atingida apenas após a conclusão de todas as etapas, prevista para 2031.
Livre de aftosa
Os produtores de proteína animal brasileiros estão festejando a conquista de um status que tem 60 anos de trabalho e que representa um marco para a pecuária nacional: a certificação que reconhece o Brasil como país livre de febre aftosa sem vacinação.
Presente a solenidade de entrega, o presidente da Masterboi, Nelson Bezerra avalia que é o resultado do esforço de toda a cadeia pecuária brasileira. “Muito trabalho, união e persistência antecedem esse status. A carne brasileira tem o mais alto nível de sanidade, disse Bezerra ao lado do presidente da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (ABIEC), Roberto Perosa. E lembrou que mesmo liderando as exportações o setor deixa 70% da nossa produção no país e exportamos os excedentes.
Longo caminho
A Lei Complementar nº 150, que regulamentou a Emenda Constitucional 72/2013 — a chamada PEC das Domésticas — completa 10 anos este mês. Mas ainda carrega fortes marcas de discriminação estrutural.
“Mais de 90% dos trabalhadores domésticos são mulheres, sendo 69% negras ou pardas. E muitas delas descendem de gerações que exercem essa atividade em condições de exploração, invisibilidade e sem direitos garantidos”, afirma Mario Avelino, presidente do Instituto Doméstica Legal.
De acordo com o IBGE, o setor perdeu cerca de 300 mil postos de trabalho até fevereiro de 2025, e a informalidade atinge atualmente 75,64% dos trabalhadores.]
País da SAF
O novo estudo “CNT Energia no Transporte”, lançada pela CNT (Confederação Nacional do Transporte) revela que o Brasil caminha para se tornar referência na produção de SAF (Combustível Sustentável de Aviação) na América do Sul, com previsão de responder por 75% da capacidade produtiva da região nos próximos anos.
O estudo traz um mapeamento detalhado da produção e dos desafios do SAF, mas é bem otimista quanto ao Brasil. Atualmente, existem 146 unidades industriais de SAF no mundo, com capacidade combinada de 19 milhões de toneladas por ano, concentradas principalmente na América do Norte, Ásia e Europa.
Só três plantas
Na América do Sul, estão em desenvolvimento sete projetos, sendo quatro no Brasil, dois no Uruguai e um na Colômbia. As plantas brasileiras, previstas para iniciar operação entre 2026 e 2029, devem produzir 900 mil toneladas anuais, o equivalente a 75% da capacidade da região.
Em 2024, a Finep recebeu 76 propostas, que somam R$167 bilhões em investimentos potenciais, onde 43 são focados exclusivamente em SAF, representando R$120 bilhões. Mas o mercado global de SAF que cresceu e passou de 600 milhões de litros, em 2023, para 1,3 bilhão, em 2024 representa apenas 0,3% da demanda mundial por querosene de aviação.
Fricon 30 anos
A multinacional Fricon comemora 30 anos de presença no Brasil com sua fábrica em Pernambuco e lançamentos em duas grandes feiras, a Apas Show e na Fispal, em São Paulo. A empresa, localizada no DI de Paulista, apresentou equipamentos de autosserviços, voltados para hipermercados e lojas de conveniência, e a nova versão da linha Cooler, expositor vertical para conservação de água, laticínios, sucos e refrigerantes.
Raul Jungmann
O ex-ministro da Segurança Pública e ex-ministro da Defesa, Raul Jungmann vem ao Recife no próximo dia 17. No Empresarial RioMar 05 às 19 horas fala sobre O Grave Problema da Segurança Pública no País e nos Estados tem jeito? O convite foi feito pelo projeto Pernambuco em Perspectiva - Estratégia de Longo Prazo, realizado pela Revista Algomais.
iFood Chega
O iFood anunciou a segunda edição do Edital iFood Chega Junto, iniciativa que direciona investimentos para projetos sociais criados pelos próprios entregadores e coletivos da categoria. Serão distribuídos R$10 milhões, aporte dez vezes maior do que na edição anterior, para projetos baseados em Saúde e Segurança; Educação; e Respeito e Autoestima dos dos entregadores e suas comunidades.
Campus da UPE
O Governo de Pernambuco está resolvendo um imbróglio de 10 anos relativo pública um conjunto de terrenos às margens da BR-104, em Caruaru, destinados à construção do campus definitivo da instituição na cidade. com a publicação do Decreto nº 58.746/2025 desapropriou quase 59 mil metros quadrados ao lado do Centro Acadêmico do Agreste da UFPE, numa região já consolidada como polo educacional.