Marcelo Serrado transforma terapia em peça que chega ao Recife: "Sou eu mesmo numa crise"
'Coloco tintas fortes em algumas histórias que vivi', diz o ator, em cartaz no Teatro Luiz Mendonça, neste sábado (6) e domingo (7)
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A experiência de viver um "burnout" (síndrome do esgotamento profissional), termo cada vez mais presente no cotidiano dos brasileiros, levou o ator Marcelo Serrado a dar palestras sobre saúde mental.
Naturalmente, por sua profissão e por nunca ter se afastado totalmente do teatro, ele começou a pensar que seria interessante montar um espetáculo sobre o tema.
Assim, uniu-se a Guilherme Rocha, com quem elaborou o texto que resultou no monólogo "Terapia", que reúne humor ácido e toques de autoajuda ao expor medos, neuroses e delírios — reais ou inventados.
Em cartaz no Recife
O espetáculo fica em cartaz no Teatro Luiz Mendonça, neste sábado (6) e domingo (7), às 19h. Os ingressos R$ 130 e R$ 65 (meia), à venda na bilheteria digital do teatro.
"O Guilherme criou o texto e eu deu algumas ideias, pois queria fazer uma peça que falasse da terapia de uma maneira engraçada, divertida", diz Serrado ao JC.
"Eu criei uma persona, como o Woody Allen cria, mas na verdade sou eu mesmo numa crise, falando de coisas que aconteceram e algumas outras que não aconteceram. Não é uma biografia, é uma história onde me coloco como o personagem".
Monólogo que convida o público a participar
A peça começa com o ator em um divã, falando sozinho, até que olha para a plateia e pergunta: "está claro o que estou falando? Está claro mesmo". Então, inicia-se uma dinâmica interativa em que o próprio público funciona como terapeuta do artista.
"Eu pego alguém da plateia para fazer essa terapia, vou levando a pessoa a isso. Tem um slide que aparece ao longo do espetáculo, com histórias ambientadas na Disney, a minha primeira crise de pânico, a história de um médico cardiologista".
Segundo ele, o monólogo exige muita concentração para interpretar todos os personagens, visualizando e definindo bem cada um deles. "Eu coloco tintas fortes em algumas histórias que vivi. Faço um médico, uma mulher. Eu diria que a peça é 10% real", diz Serrado.
Humor como ferramenta de cuidado
Para o artista, o humor é fundamental quando se trata de saúde mental. "Ele nos tira da zona de tensão. Ele abre o nosso maxilar, o nosso rosto se transforma com o riso. Então, o humor é fundamental para qualquer tipo de educação relacionada a isso".
Serrado também concorda que, de alguma forma, o espetáculo acabou funcionando como terapia para si mesmo. "Acho que quando você acaba externalizando os seus medos, colocando-os para fora, eles ficam mais fáceis de serem lidados. Não ficam tão escondidos, né?".
O palco como lugar de renovação
Integrando o elenco de "Beleza Fatal", novela que foi um sucesso nacional da HBO Max, Serrado afirma que nunca faz grandes pausas no teatro. "Todo ano eu estou em peça, pois o palco é um lugar onde me sinto bem e confortável. É um lugar que me renova, e é o meu trabalho mesmo. Sou um ator de teatro".
Em 2024, ele esteve no Recife com o espetáculo solo "A Iluminada", protagonizado por Heloísa Perissé. "Tenho uma história muito forte com a cidade, pois sempre encho os espaços. Sempre quis muito ir para o Recife com essa peça."
SERVIÇO
"Terapia", com Marcelo Serrado
Onde: Teatro Luiz Mendonça, Parque Dona Lindu, Boa Viagem
Quando: Dias 6 e 7 de dezembro, às 19h
Quanto: R$ 130 e R$ 65 (meia), à venda na bilheteria digital do teatro: teatroluizmendonca.byinti.com
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