História da discotecagem no Grande Recife ganha websérie inédita
"Reis e Rainhas da Pista - Histórias da Arte da Discotecagem na RMR" traz entrevistas e acervo documental que ajudam a constituir memórias das noites

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A arte da discotecagem no Recife ganhou um mapeamento inédito através da narrativa audiovisual, com mais de 30 horas de gravação com DJs de várias gerações.
O resultado final é a websérie "Reis e Rainhas da Pista - Histórias da Arte da Discotecagem na RMR", que teve seis episódios lançados no YouTube.
A direção é de Guilherme Patriota, que assina o roteiro com Laura Sousa e Renato L, além da direção de fotografia de Ibanez Saueressig e trilha sonora de DJ Salvador.
Entrevistas e acervos
No material, as entrevistas dos DJs se sobrepõem, se contradizem, dialogam entre si no tempo e no espaço.
Ao material de entrevista foi agregado um acervo documental, abrangendo material impresso e digitalizado de acervos públicos e particulares, reunindo de fotos raras a capas de discos e cartazes de festas.
"A pesquisa que realça a importância de se constituir memórias nesse tempo de presente perpétuo que é o da existência virtual nas redes", diz Renato L.
"Reis e Rainhas da Pista elabora uma costura audiovisual que busca refletir os pensamentos, as técnicas, as realidades, as festas e a política no campo da cultura dos DJs, tendo seus próprios discursos e construções como foco", diz Guilherme Patriota.
Temas
Entrevistas e material de acervo se distribuem segundo temas específicos pelos episódios. O primeiro, "Como entramos nessa", trata da descoberta da discotecagem como prática.
O segundo, "No corre das festas", mapeia festas e espaços urbanos desde os anos 1970. O terceiro, "Deixa bater o leque", destaca sonoridades e performances.



O quarto, Máquinas na pista, é focado nas técnicas e tecnologias e na garimpagem de discos. O quinto, "Profissão: DJ", investiga a cadeia produtiva da discotecagem. Finalmente, o sexto episódio, Todo set é político, aborda questões político-sociais.
"Metodologicamente, a pesquisa não forja uma grande Linha do Tempo a ser seguida e que, supostamente, poderia revelar um processo 'evolutivo' da discotecagem na Região Metropolitana do Recife. Ao contrário disso, os episódios apresentam narrativas que se encontram e se desencontram, também, descortinando contradições, desigualdades e pontos de interseção entre gerações", diz Laura Souza.
Com produção da Theia Produções Associados, o projeto foi aprovado no Sistema de Incentivo à Cultura (SIC), da Fundação de Cultura da Prefeitura do Recife.