Cultura | Notícia

SaGRAMA, da trilha de ‘O Auto da Compadecida’, comemora 30 anos com show e convidados

Duas apresentações no Cineteatro do Parque, neste sábado (16) e domingo (17), contarão com Petrúcio Amorim, Jessier Quirino, Beto Hortis e mais

Por Emannuel Bento Publicado em 15/08/2025 às 16:05

Clique aqui e escute a matéria

Há 30 anos, nascia, a partir de uma disciplina do Conservatório Pernambucano de Música, um grupo de música erudita brasileira de câmara que se tornaria referência na cena pernambucana.

Com um diálogo entre as raízes tradicionais do país e o rigor acadêmico, o SaGRAMA não imaginava que alcançaria tanto sucesso a ponto de entrar para o imaginário popular por meio de produtos de grande alcance, como o cinema.

Os músicos são responsáveis, por exemplo, pela trilha que acompanha os personagens João Grilo e Chicó em "O Auto da Compadecida”. Agora, celebram três décadas de trajetória com duas apresentações no Cineteatro do Parque, neste sábado (16) e domingo (17).

HÉLDER FERRER/DIVULGAÇÃO
Grupo SaGRAMA no show 'Na Trilha dos 30' - HÉLDER FERRER/DIVULGAÇÃO

Eles receberão participações especiais de Petrúcio Amorim, Jessier Quirino, Beto Hortis, Sarah Leandro e Laila Campelo, artistas e instrumentistas com quem mantêm uma relação de admiração e afeto. O encerramento contará com um pot-pourri de composições de Petrúcio.

No repertório, sucessos como “Presepada” e “Rói-couro” se alternam com outras faixas dos dez álbuns lançados, incluindo obras menos executadas, como “Mutalambô” e “Tábua de pirulito”.

Formação

Desde o início, o SaGRAMA manteve a estrutura de três instrumentistas de sopro, três de corda e três de percussão.

Hoje, o grupo conta com dez integrantes, com reforço extra na percussão: os fundadores Antônio Barreto (marimba, vibrafone e percussão), Cláudio Moura (viola nordestina, violão, arranjos e codireção) e Sérgio Campelo (flauta, arranjos e direção artística), além de Crisóstomo Santos (clarinete e clarone), Ingrid Guerra (flautas), Aristide Rosa (violão), João Pimenta (contrabaixo acústico), Dannielly Yohanna (percussão), Isaac Souza (percussão) e Tarcísio Resende (percussão).

"Nós usamos elementos rítmicos regionais, estudamos as estruturas dessa música e fazemos uma leitura própria, com uma linguagem musical mais elaborada. A gente consegue mesclar instrumentos eruditos, nossas composições têm essa mistura e a formação dos integrantes também", explica Sérgio Campelo, diretor artístico e idealizador.

“Essa combinação resultou em uma identidade musical tão marcante que se tornou um verdadeiro ‘carimbo’ do grupo: quem ouve, reconhece. Por isso, mesmo com a entrada de novos integrantes ao longo do tempo, manter a formação instrumental tem sido essencial para preservar essa identidade. Alterar essa estrutura significaria perder a essência do que somos — mesmo que as composições e os arranjos seguissem o mesmo caminho”, avalia Cláudio Moura.

Trilha no cinema

O sucesso de “O Auto” levou a convites para outras trilhas, como as do filme “O Brasil Império na TV” e dos espetáculos “A ver estrelas”, “Fernando e Isaura”, “Quem tem, tem medo” e “O cavalinho azul”. O grupo também gravou obras de maestros como Edson Rodrigues e Clóvis Pereira.

"A trilha de 'O auto da Compadecida' realmente é um divisor de águas para a gente. Tínhamos apenas um álbum lançado e, de repente, a gente ficou conhecido no país. Mudou totalmente, a gente saiu de Pernambuco e começou a tocar no Brasil inteiro, dando entrevistas para jornais, programas de TV e rádio", recorda Sérgio, sobre a produção exibida como série e filme.

HÉLDER FERRER/DIVULGAÇÃO
Grupo SaGRAMA une música brasileira com o erudito acadêmico - HÉLDER FERRER/DIVULGAÇÃO

Desde então, foram dez discos gravados, apresentações internacionais, prêmios e indicações — entre eles, o Prêmio AESO de Cultura Pernambucana; o troféu de Melhor Álbum na categoria Regional do 27º Prêmio da Música Brasileira, por “Cordas, Gonzaga e Afins”, com Elba Ramalho; e a indicação ao Grammy Latino 2016, como Melhor Álbum de Música de Raízes Brasileira.

Parcerias

Além de Elba, o grupo já se apresentou com Alceu Valença, Naná Vasconcellos, Yamandu Costa, Nação Zumbi, Hamilton de Holanda, Wagner Tiso, Marcelo Jeneci, Maestro Spok, Antônio Nóbrega, Silvério Pessoa, Quinteto Violado, Marcelo Caldi, Santana, Maciel Melo, Gonzaga Leal, Getúlio Cavalcanti, Martins, Isadora Melo, Rafael Marques, Nena Queiroga, Charles Theone, Cristina Amaral, Orquestra de Câmara de Pernambuco, entre outros.

Celebrações

Manuela Vieira, que organizou o repertório do espetáculo "SaGRAMA 30 anos: Poesia e Música", afirma que as comemorações não param por aqui.

"A gente imaginou uma série de eventos e também produções para celebrar essa trajetória que culmina com estas duas apresentações", conta, sobre a celebração que começou com o show "Na trilha dos 30", em novembro, passou por uma prévia de Carnaval e ainda incluirá uma biografia e um minidocumentário.

SERVIÇO
Show "SaGRAMA 30 anos: Poesia e música", do SaGRAMA, com participações de Petrúcio Amorim, Jessier Quirino, Beto Hortis, Sarah Leandro e Laila Campelo
Quando: 16 e 17 de agosto, às 19h30
Onde: Teatro do Parque (Rua do Hospício, 81, Boa Vista)
Quanto: R$ 120

Saiba como se inscrever na newsletter JC

Compartilhe

Tags