Elenco de 'Guerreiros do Sol' visitou gruta onde Lampião foi morto: "Entendemos a seriedade do trabalho'
Novela original do Globoplay se passa no Sertão nas décadas de 1920 e 1930, sendo livremente inspirada na vida de Lampião e Maria Bonita

O elenco da novela "Guerreiros do Sol", novela original do Globoplay, fez imersões no Sertão, incluindo uma visita em uma gruta de Angico (RN), onde Lampião e seu bando foi assassinado.
"Foi muito forte. Esse momento trouxe para nós o entendimento da seriedade do compromisso que estávamos assumindo. Caiu a ficha do quão importante e sério era esse trabalho", disse a atriz Isadora Cruz, que vive Rosa, durante coletiva de imprensa realizada no Recife, nesta sexta-feira (13).
"Estávamos honrando consciências que existiram na vida real e que estavam ali presentes. A gente precisava pedir uma licença para entrar, com muita humildade, nessa história", completou.
Criada e escrita por George Moura e Sergio Goldenberg, com direção artística de Rogério Gomes, a trama se passa no Sertão, nas décadas de 1920 e 1930. A história foi livremente inspirada na vida de Lampião e Maria Bonita, além de muitos outros casais de cangaceiros que cruzaram o Nordeste brasileiro.
"Quando eu cheguei no Sertão, principalmente, senti que estava acessando uma ancestralidade das mulheres sertanejas que vieram antes de mim, da minha avó que é do interior de Monteiro. Todas essas gerações de mulheres fortes, batalhadoras, que resistiram e passaram por tantos desafios... Eu senti que estava acessando algo que está no meu DNA", disse Isadora.
Abordagem é mais 'livre' no streaming
A novela narra a história de Rosa e Josué, interpretados por Isadora e Thomás Aquino com um pano de fundo em que o universo do cangaço traz reflexões sobre as contradições do Brasil atual, como frisa o autor George Moura.
"É uma narrativa audiovisual que tem tradição no país desde os anos 1950, quando um filme sobre um cangaceiro foi premiado em Cannes. O nosso desejo agora é, dentre muitas coisas, trazer uma perpsectiva feminina, pois Rosa é quem narra a história. A ideia é refletir sobre o passado do movimento do cangaço, nos anos 1920 e 1930, mas com questões dos dias de hoje, como o feminismo e a sororidade", diz.
A chegada da novela ao streaming, segundo Moura, também permitiu uma abordagem mais livre e profunda. "A gente consegue desenvolver determinados temas com mais liberdade, pois não temos classificação indicativa, e construir relações entre os personagens de forma mais vertical, já que a novela tem menos episódios. Serão 45", diz.
Cangaço sem romantismo
Victor Sampaio, que vive Sabiá, um dos irmãos do protagonista Josué, ressalta que os personagens, em geral, não são idealizados ou romantizados, como costuma ser comum na abordagem da temática.
"Não são colocados num lugar de herói nem de vilão. Não fica num lugar maniqueísta, como se fosse só o bem e o mal. A gente consegue mostrar as contradições por uma circunstância, tanto nos cangaceiros que entram ali, principalmente os personagens da família Alencar. Eles entram por vingança, mas depois permanecem por escolha também. Acho que isso é muito rico pra gente contar essas histórias", afirma.
Ítalo Maris, que interpreta Crispino - batizado como Milagre ao entrar no cangaço -, também comenta essa humanização dos personagens. "Eles entraram no cangaço por motivos de pobreza extrema, de violência... porque sofreram muita violência também, tiveram o pai assassinado. Foram bastante humilhados durante a vida. Então, esses homens não são maus simplesmente por serem maus. Eles também não são bonzinhos por serem bonzinhos. Acho que a circunstância faz o homem", observa.
Lançamentos
No serviço de streaming, serão liberados cinco capítulos por semana, sempre às quartas-feiras. No canal Globoplay Novelas, os capítulos serão exibidos de segunda a sexta-feira, às 22h40, com reapresentação do capítulo de sexta no sábado.