Documentário sobre Cacá Diegues reforça presença brasileira no Festival de Cannes
Sessão dentro da prestigiada mostra Cannes Classics foi muito aplaudida pelo público e marcou a estreia mundial do filme, que concorre ao Olho de Ouro

O documentário "Para Vigo Me Voy!", que presta homenagem ao cineasta Cacá Diegues, um dos nomes centrais da história do cinema brasileiro, foi exibido nesta segunda-feira (19), no Festival de Cannes.
A sessão, realizada dentro da prestigiada mostra Cannes Classics, foi muito aplaudida pelo público e marcou a estreia mundial do filme, que concorre ao Olho de Ouro, prêmio destinado aos melhores documentários do festival francês, que segue até o dia 24 de maio.
Dirigido por Lírio Ferreira e Karen Harley, "Para Vigo Me Voy!" revisita mais de seis décadas de cinema e de história do Brasil a partir da trajetória de Diegues, que teve presença recorrente na Croisette desde os anos 1960. Para a estreia, os diretores estavam acompanhados do produtor Diogo Dahl, da produtora executiva Maria Fernanda Miguel e da coprodutora Clélia Bessa.
A exibição contou com a presença de nomes importantes da cultura brasileira, como as atrizes Alice Braga e Camila Pitanga, e a diretora Marianna Brennand, que se uniram à equipe do filme na homenagem ao cineasta.
Documentário
Para Vigo Me Voy! articula cenas icônicas da filmografia de Diegues - como Bye Bye Brasil, Quilombo e Joanna Francesa - com entrevistas, registros inéditos e imagens da última filmagem dirigida por ele, o inédito Deus Ainda É Brasileiro.
O documentário também inclui depoimentos de artistas que colaboraram com o cineasta ao longo da carreira, como Antonio Pitanga, Zezé Motta, Sonia Braga, Wagner Moura, Jesuíta Barbosa, Chico Buarque, Gilberto Gil, Caetano Veloso, Jorge Benjor e Jeanne Moreau.
A produção é assinada por Diogo Dahl, da Coqueirão Pictures, com coprodução de Globo Filmes, GloboNews, Raccord, Sinédoque e Dualto Produções. A distribuição no Brasil será feita pela Gullane+. A música-título é interpretada por Ney Matogrosso e o Pife Muderno, com produção de Carlos Malta.
Esta é a segunda vez que a Coqueirão Pictures participa da mostra Cannes Classics. Em 2016, o documentário Cinema Novo, de Eryk Rocha, coproduzido pela empresa, recebeu o Olho de Ouro de Melhor Documentário.
Presença marcante em Cannes
Cacá Diegues faleceu em fevereiro deste ano, enquanto o documentário ainda estava em fase de montagem. Com carreira iniciada nos anos 1960, o cineasta participou de diversas edições do Festival de Cannes. Esteve na competição oficial com Bye Bye Brasil (1980), Quilombo (1984) e Um trem para as estrelas (1987), além de exibir obras na Quinzena dos Realizadores e na Semana da Crítica.
Ao todo, oito dos 17 longas que dirigiu individualmente passaram por Cannes. Em 1981, ele foi membro do júri da mostra competitiva. Fora de competição, apresentou O Grande Circo Místico, em 2018. Em 2010, retornou como produtor do coletivo Cinco Vezes Favela – Agora por nós mesmos.