Mais um fruto da boa safra alemã

Daniel Ferreira
Publicado em 29/09/2020 às 2:00


Imagine um mundo onde ninguém nasce com doenças genéticas. Quem por acaso viesse a tê-las encontraria a cura no laboratório mais próximo. Perfeito, não é? Esse sonho está próximo de se tornar realidade na mais nova produção alemã da Netflix, Biohackers. Nela, a doutora e geneticista Tanja Lorenz, vivida por Jessica Schwarz, busca soluções para deixar o mundo melhor e livre de patologias. Mas, para isso, ela está disposta a fazer qualquer coisa.

A série acompanha a jornada da estudante Mia Akerlund, interpretada pela atriz Luna Wedler, que consegue ingressar na renomada faculdade de medicina na Universidade de Friburgo. Lá, ela passa a acompanhar e se dedicar ao biohacking, campo que, como o próprio nome diz, mistura o ramo da biologia com o ato de hackear. Será possível entrar no organismo e alterar algumas funções, acrescentando o que antes não estava ali e tirando o que prejudicava o pleno funcionamento? Os seis episódios da primeira temporada nos darão uma breve noção disso.

Acontece que o interesse de Mia vai além de sua paixão pela ciência. Ela quer descobrir um segredo do passado que mudou completamente a sua vida e acredita que Tanja possa lhe fornecer as respostas, por mais assustadoras que elas possam parecer.

A série explora não só a modificação genética em humanos, mas traz animais e plantas exóticas para o público admirar. Já no começo, um rato neon que brilha no escuro surpreende os espectadores, que, sem dúvidas, devem se questionar se isso é de fato possível. Plantas que também possuem uma coloração diferenciada são cuidadosamente ministradas pela personagem e colega de apartamento de Mia, Chen-Lu, vivida pela atriz Jing Xiang.

Além de Chen-Lu, a protagonista divide moradia ainda com a rica e acessível Lotta (Caro Cult) e com o estabanado Ole, papel de Sebastian Jakob Doppelbauer, que vez ou outra é visto implantando chips e imãs improvisadamente em si, por meio de pequenas cirurgias caseiras. Personalidades tão diferentes vivendo no mesmo teto? Tudo para dar errado. Só que não. O trio é responsável por ajudar Akerlund em algumas ocasiões, inclusive na mais crítica da série — sem spoiler!

Outra figura essencial para a construção da narrativa é o jovem e sisudo Niklas, interpretado por Thomas Prenn. Preenchendo a cota de estudante de humanas, ele vai se mostrar muito além de um rostinho bonito e sério. Extremamente observador, de besta ele não tem nada. Descobrir e acobertar segredos é com o próprio.

Pessoas isoladas no mesmo ambiente e sendo afetadas por algo invisível condizem bastante com a nossa situação atual. Esse, inclusive, foi o motivo de terem adiado o lançamento da série, que estava previsto para abril.

Após o fim do sucesso Dark, a Netflix carecia de conteúdo alemão. Aparentemente, apesar de serem os carros-chefe da plataforma, os produtos norte-americanos não serão mais exclusividade. O Brasil, inclusive, está entrando na onda e cada vez mais ganhando notoriedade na plataforma que atinge o mundo todo. Idealizada por Christian Ditter, a série que em uma de suas falas afirma ser capaz de tornar "Deus obsoleto", já tem a segunda temporada confirmada.

Veja também
últimas
Mais Lidas
Webstory