Caso Esther: MPPE devolve inquérito à Polícia Civil e pede mais provas de crime em São Lourenço da Mata
Dois suspeitos foram indiciados, possível motivação do homicídio não foi esclarecida. Promotoria diz que diligências solicitadas são fundamentais
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O Ministério Público de Pernambuco (MPPE) devolveu o inquérito e solicitou à Polícia Civil novas diligências sobre o assassinato da menina Esther Isabelly Pereira da Silva, de 4 anos. O anúncio foi feito nesta segunda-feira (9), menos de uma semana após a investigação ter sido concluída com o indiciamento de dois suspeitos do crime ocorrido em São Lourenço da Mata, no Grande Recife.
Em nota, o MPPE declarou que a Promotoria de Justiça Criminal de São Lourenço da Mata enviou o inquérito à 10ª Delegacia de Polícia de Homicídios, requisitando diligências complementares e "imprescindíveis para o oferecimento da denúncia, a fim de alcançar todos os crimes perpetrados e imputando devidamente as condutas aos seus autores".
O texto não detalhou quais foram as novas provas solicitadas à polícia.
No inquérito, a polícia indiciou Fernando Santos de Brito, de 31 anos, por homicídio e ocultação de cadáver. Ele morava na casa onde o corpo de Esther foi encontrado numa cacimba, na tarde de 21 de outubro - um dia após o desaparecimento dela.
A menina brincava com o irmão perto de casa, num campo do bairro do Pixete, quando foi levada por um desconhecido.
Exames de DNA comprovaram que fragmentos de sangue achados com uso de luminol no quarto do suspeito eram da menina. A perícia também indicou que manchas de sangue na parede eram de Fernando.
Contradições no depoimento de Fernando, em relação a horários, também contribuíram para o indiciamento dele. Enquanto o suspeito disse que havia ido para a casa da mãe no horário do desaparecimento de Esther, testemunhas contaram que viram ela sendo levada para a casa dele.
O suspeito está preso preventivamente desde que o corpo foi encontrado por vizinhos e familiares de Esther.
A hipótese de abuso sexual foi descartada. Segundo a polícia, o laudo sexológico deu negativo.
Uilma Ferreira dos Santos, 33, também foi indiciada por ocultação de cadáver. A polícia identificou que ela fez uma faxina na residência onde o crime foi praticado na tentativa de apagar provas. Chegou, inclusive, a tentar vender os móveis.
O MPPE informou que a prisão temporária dela foi prorrogada pela Justiça no último dia 5 de dezembro.
A polícia não conseguiu concluir qual teria sido a motivação do crime. Mas descobriu que Fernando estaria sob efeito de drogas e álcool no momento em que Esther foi morta.
"Fernando estava extremamente drogado e embriagado. Quando ele estava nessa situação, agredia Uilma também. Agora, o que levou ele a levar a menina, só ele mesmo pode esclarecer", afirmou a delegada Juliana Bernat, na semana passada.
Um terceiro suspeito, que chegou a ser preso por ocultação de cadáver porque morava na mesma casa de Fernando, não foi indiciado. Para a polícia, ele não teve participação no crime e, em depoimentos, falou a verdade. Ele continua preso preventivamente.
A coluna não conseguiu contato com as defesas dos suspeitos.

