Criança é baleada dentro de escola e três pessoas morrem em operação no Rio
Operação no Complexo da Maré visava impedir invasão de traficantes; aluno de 12 anos foi atingido na perna e não corre risco de morte.
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*Com informações do Estadão Conteúdo
Uma operação emergencial da Polícia Civil no Complexo da Maré, na zona norte do Rio de Janeiro, resultou na morte de três pessoas e deixou uma criança de 12 anos ferida nesta quarta-feira (26). O tiroteio intenso também provocou o fechamento da Linha Amarela e atingiu uma sala de aula da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
Segundo a corporação, a ação foi deflagrada após o setor de inteligência identificar a movimentação de traficantes que planejavam invadir uma comunidade rival. A polícia afirmou que o objetivo era "evitar o confronto" e impedir uma "guerrilha urbana".
Os três mortos foram identificados pela polícia como seguranças de uma liderança de facção criminosa. Um homem foi preso e armas, incluindo dois fuzis, foram apreendidas.
Aluno atingido em aula de Ciências
O aluno ferido, que cursa o 6º ano na Escola Municipal Hélio Smidt, foi atingido na perna esquerda enquanto participava de uma atividade externa da aula de Ciências. A unidade de ensino fica ao lado de um batalhão da PM.
A Secretaria Municipal de Educação informou que o menino foi atendido inicialmente na Clínica da Família da Maré, onde o projétil foi removido, e depois transferido para o Hospital Getúlio Vargas. Ele não corre risco de morte. O tiroteio chegou a dificultar o acesso da ambulância para a transferência.
O secretário Renan Ferreirinha classificou o episódio como inaceitável. "É um absurdo que um aluno, dentro de uma escola, seja atingido por um tiro. A escola deveria ser símbolo de proteção e aprendizagem", declarou.
Pânico na UFRJ e trânsito
A violência também afetou a Cidade Universitária. A UFRJ confirmou que uma bala perdida atingiu uma sala do Centro de Ciências Matemáticas e da Natureza. Não houve feridos no campus, mas as aulas foram suspensas nos turnos da tarde e noite.
Durante a operação, um helicóptero da Polícia Militar precisou realizar um pouso de emergência no campus do Fundão para verificar uma pane técnica.
No trânsito, a Linha Amarela sofreu bloqueios intermitentes ao longo da manhã devido ao risco de balas perdidas.