Produtor de eventos é preso no Recife por armazenar conteúdo de abuso sexual infantil
Prisão ocorreu no bairro de Campo Grande, na Zona Norte do Recife; Outro mandado de busca e apreensão foi cumprido na Ilha de Joana Bezerra
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Um ator e produtor de eventos de 46 anos foi preso em flagrante no Recife pelo crime de armazenamento de conteúdo pornográfico envolvendo abuso sexual infantil. A ação integra uma operação da Polícia Federal voltada ao combate a esse tipo de prática.
A prisão, divulgada nesta sexta-feira (21), ocorreu no bairro de Campo Grande, Zona Norte da capital pernambucana Um segundo mandado de busca e apreensão foi cumprido na Ilha de Joana Bezerra, área central da cidade, mas não resultou em flagrante.
As investigações estão relacionadas a dois inquéritos policiais distintos, ambos iniciados em 2024.
Extorsão
Todo o material apreendido durante o cumprimento dos mandados passará por perícia para identificar elementos que comprovem crimes ligados ao abuso sexual infantil praticado pela internet.
Dependendo do resultado das diligências, os investigados poderão responder pelos crimes de armazenamento, divulgação e produção de material de abuso sexual infantil — cujas penas somadas variam de 8 a 18 anos de reclusão.
Em um dos casos, há indícios de que o suspeito também tenha cometido o crime de extorsão. Segundo a PF, ele teria convencido um adolescente estrangeiro a expor genitália e rosto na mesma imagem e, em seguida, passado a chantageá-lo. Caso não recebesse pagamento, ameaçava divulgar o material para destruir a vida pessoal e a carreira do jovem.
A Operação Desenrolado, conduzida pela Delegacia de Repressão a Crimes Cibernéticos da Superintendência Regional da PF em Pernambuco, tem como objetivo reprimir possíveis crimes de armazenamento, disseminação e produção de imagens e vídeos com cenas de abuso sexual infantil.
Abuso sexual
Apesar de o termo “pornografia” ainda aparecer na legislação brasileira para se referir a casos como esse, organismos internacionais entendem que o mais adequado é falar em “abuso sexual de crianças e adolescentes”.
Um relatório da rede internacional InHope, divulgado em abril de 2025, apontou que o Brasil ocupa a quinta posição entre 51 países com o maior número de denúncias de abuso sexual infantil na internet.
Entre 2022 e 2024, o volume de notificações cresceu significativamente: o país saiu da 27ª posição para a atual quinta colocação.
Presente em 51 países, a rede InHope tem, no Brasil, a SaferNet como entidade responsável por receber e contabilizar as denúncias. A organização atua desde 2006 em parceria com o Ministério Público Federal.