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Suspeito de feminicídio em Paulista já havia abordado outra mulher dias antes do crime

Suspeito usava app no nome de outra pessoa para corridas em Paulista; vítima notou atitudes estranhas do motociclista durante o trajeto

Por Isabella Moura Publicado em 25/09/2025 às 14:01 | Atualizado em 25/09/2025 às 15:40

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*Com informações do repórter Rodrigo de Luna, da TV Jornal*

Mais um desdobramento surgiu no caso do assassinato brutal de Júlia Ramilly, morta em um motel no município de Paulista. Uma nova vítima procurou a TV Jornal para relatar que teve contato com o autor do crime, Djalma Diego Oliveira Deodato, de 25 anos, uma semana antes do homicídio.

Segundo a mulher, que preferiu não se identificar, ela conheceu Djalma durante uma corrida por aplicativo. Ela havia solicitado o transporte da Integração da PE-15, em Olinda, até sua casa, em Pau Amarelo.

Depois de aceitar a corrida, ele teria conseguido seu contato pelo aplicativo e começou a lhe enviar mensagens chamando para ir a um motel nas proximidades. Ela não aceitou.

Segundo a vítima, ainda durante o trajeto ela notou atitudes estranhas por parte do motociclista, que usava uma conta de aplicativo em nome de outra pessoa.

A denúncia reforça a linha de investigação da Polícia Civil, que busca entender se Júlia era uma passageira ocasional ou se já havia algum tipo de contato prévio com o suspeito.

Segundo a versão inicial de Djalma, ele teria conhecido Júlia por acaso em uma festa, onde os dois teriam consumido drogas e, em seguida, ido juntos ao motel. Mas os investigadores também não descartam a possibilidade dele ter ido pra lá já na intenção de encontrá-la.

A investigação está sob responsabilidade da 7ª Delegacia de Homicídios de Paulista. A mãe de Júlia, Poliana Barbosa, já prestou depoimento. O advogado da família afirma que a Polícia pretende ouvir todos que tiveram contato com a jovem nas últimas horas antes do crime, incluindo amigos que estavam com ela na festa.

O crime no motel e a versão do suspeito

O crime ocorreu por volta das 4h30 da madrugada da última terça-feira (23). Em depoimento, Djalma afirmou que, por volta das 2h da madrugada, foi comprar drogas em um ponto de tráfico em Pau Amarelo, onde teria encontrado Júlia, com quem passou a consumir pó. Segundo ele, os dois decidiram ir para o motel, onde continuaram o uso de substâncias.

O suspeito contou ainda que, após a droga acabar, dividiram um comprimido de remédio para tratamento psiquiátrico, deitaram de conchinha e, ao acordar, a jovem já estava morta — versão que não convenceu a polícia.

Após cometer o crime, Djalma deixou o motel por volta das 7h30 da manhã, sozinho. Pagou a conta e afirmou às funcionárias que a mulher “estava dormindo e sairia mais tarde”. Disse ainda que retornaria para buscá-la — o que não aconteceu.

Investigação, prisão e audiência de custódia

Funcionárias do motel encontraram o corpo de Júlia já sem vida, horas após a saída do suspeito. Ela apresentava sinais de esganadura. A polícia suspeita que o som do crime tenha sido abafado com travesseiros, já que ninguém ouviu gritos.

Djalma também teria feito transferências bancárias do celular da vítima para sua própria conta. Ele foi identificado e preso em flagrante pela Polícia Militar na comunidade do Tururu, no Janga, pelo crime de feminicídio.

Na audiência de custódia, a defesa alegou possível insanidade mental e pediu medidas alternativas à prisão. A juíza negou e converteu a prisão em flagrante para preventiva, determinando a transferência de Djalma para o Cotel, em Abreu e Lima.

Djalma Diego segue preso no Centro de Triagem de Abreu e Lima (Cotel). A família da vítima espera que o caso seja completamente esclarecido e que, se houver outros envolvidos e que todos sejam responsabilizados.

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