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Feminicídio: corpo de jovem encontrada em motel em Paulista é sepultado

Laudo do IML aponta espancamento, asfixia e violência sexual; suspeito está preso no Cotel e a polícia continua as investigações do caso

Por Isabella Moura Publicado em 24/09/2025 às 18:14 | Atualizado em 24/09/2025 às 18:33

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*Com informações do repórter Rodrigo de Luna, da TV Jornal*

Na última terça-feira (23), mais um caso de feminicídio chocou os pernambucanos. Uma jovem de 20 anos, identificada como Júlia Ramilly dos Santos Silva, foi encontrada morta em um quarto de motel localizado às margens da PE-22, no município de Paulista. O suspeito do crime, Djalma Diego Oliveira Deodato, de 25 anos, foi preso horas depois.

Sepultamento e laudo do IML

O sepultamento da jovem aconteceu na tarde desta quarta-feira (24), poucas horas após a audiência de custódia do suspeito. Segundo decisão da juíza responsável pelo caso, ele vai permanecer em prisão preventiva e foi transferido para o Cotel.

Segundo laudo do Instituto de Medicina Legal (IML), a causa da morte de Júlia foi asfixia mecânica. De acordo com os hematomas da jovem, ela foi espancada e sufocada no quarto do motel.

De acordo com funcionários do estabelecimento e informações da perícia, ela foi encontrada de bruços, coberta por um lençol e com um travesseiro sobre a cabeça. Havia ainda um controle remoto introduzido na região anal da vítima, o que pode indicar violência sexual e requintes de crueldade. As paredes do quarto estavam cobertas de sangue.

O crime e o relato do suspeito

O crime ocorreu por volta das 4h30 da madrugada da última terça-feira (23). Em depoimento, Djalma afirmou que, por volta das 2h da madrugada, foi comprar drogas em um ponto de tráfico em Pau Amarelo, onde teria encontrado Júlia, com quem passou a consumir pó. Segundo ele, os dois decidiram ir para o motel, onde continuaram o uso de substâncias.

O suspeito contou ainda que, após a droga acabar, dividiram um comprimido de remédio para tratamento psiquiátrico, deitaram de conchinha e, ao acordar, a jovem já estava morta — versão que não convenceu a polícia.

Após cometer o crime, Djalma deixou o motel por volta das 7h30 da manhã, sozinho. Pagou a conta e afirmou às funcionárias que a mulher “estava dormindo e sairia mais tarde”. Disse ainda que retornaria para buscá-la — o que não aconteceu.

Descobertas da polícia no local

Horas após a saída do suspeito, funcionárias do motel estranharam a demora para o check-out e decidiram entrar na suíte. Lá, encontraram o corpo de Júlia já sem vida, com sinais claros de esganadura.
Funcionários que prestaram depoimento afirmaram não ter ouvido gritos ou pedidos de socorro, o que levou a polícia a suspeitar que o autor tenha abafado o som com travesseiros.

A investigação também apurou que, após o crime, Djalma teria realizado transferências bancárias do celular da vítima para a própria conta, o que pode configurar outro crime.

Segundo o delegado Douglas Camilo, após os primeiros levantamentos no local, a polícia conseguiu identificar o suspeito e iniciou buscas imediatas. Djalma foi capturado na comunidade do Tururu, no Janga, em Paulista, e foi preso em flagrante pela Polícia Militar pelo crime de feminicídio.

Audiência de custódia e prisão preventiva

Na audiência de custódia, a defesa do acusado tentou alegar um possível quadro de insanidade mental. Chegou a solicitar que ele fosse liberado para cumprir medidas cautelares em casa, com o uso de tornozeleira eletrônica, ou que fosse encaminhado a um hospital psiquiátrico. No entanto, a juíza Simone Cristina Barros de Azevedo Silva indeferiu o pedido, converteu o flagrante em prisão preventiva e determinou a transferência do acusado para o Cotel, em Abreu e Lima.

Poliana Barbosa, mãe da jovem, relatou que a filha já conhecia Djalma há pelo menos um mês e que os dois estavam mantendo um relacionamento. A família, no entanto, ainda não sabe ao certo as circunstâncias que levaram ao encontro entre eles naquela noite.

Durante a madrugada, Júlia chegou a enviar mensagens dizendo que estava em uma festa com amigas, mas que tentava voltar para casa.

A mãe de Júlia afirmou que seguirá lutando por justiça para que Djalma Diego Oliveira Deodato pague pelo que fez com sua filha.

Feminicídio em Pernambuco

De acordo com dados da Secretaria de Defesa Social, os feminicídios voltaram a crescer em Pernambuco. Entre janeiro e agosto deste ano, foram registrados 61 crimes desse tipo — 11 a mais que no mesmo período do ano passado.

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