Mulher que xingou umbandista de 'macumbeiro safado' é condenada por injúria racial
Denúncia do MPPE apontou que ré usou palavras de baixo calão contra a vítima durante discussão em Olinda, em 2017. Ela pode recorrer na sentença

A Justiça condenou um mulher acusada de ofender um umbandista com palavras de baixo calão durante discussão em Olinda. A ré, identificada como Ione Moraes Cavalcanti, teria chamado a vítima de "macumbeiro safado", "frango safado" e "negro". Ela pode recorrer da decisão.
A sentença assinada pelo juiz Rafael Carlos Morais foi publicada nesta sexta-feira (27). Com a condenação pelo crime de injúria racial, a pena fixada foi de um ano de prisão, em regime aberto, e dez dias-multa. O magistrado decidiu substituir a pena privativa de liberdade por restritiva de direitos, que consiste na prestação de serviços à comunidade.
De acordo com denúncia do Ministério Público de Pernambuco (MPPE), a injúria racial foi cometida num imóvel localizado no bairro de Jardim São Paulo, em 10 de outubro de 2017. Além da queixa prestada pelo umbandista detalhando o caso, testemunhas confirmaram em detalhes a versão contada por ele.
Já a ré afirmou, em interrogatório, que apenas reclamou da perturbação do sossego causada pelos cultos realizados na casa da vítima.
"PROVAS ROBUSTAS"
"As provas demonstram de forma robusta a materialidade e a autoria do crime de injúria racial. (...) A versão apresentada pela defesa não foi suficiente para afastar a responsabilidade criminal da acusada, uma vez que os depoimentos da vítima e das testemunhas de acusação são harmônicos e coerentes, demonstrando a prática do delito", disse o juiz, na sentença.