VIOLÊNCIA | Notícia

Morre militante atropelado durante marcha do MST em abril no Recife

Gideone foi atropelado durante uma manifestação pacífica que passava pela Avenida Abdias de Carvalho, no bairro dos Torrões, em abril

Por Letícia Mendes Publicado em 23/05/2025 às 11:46 | Atualizado em 23/05/2025 às 11:55

Morreu, na manhã desta sexta-feira (23), o militante Gideone Sinfrônio de Menezes Filho, de 67 anos, que foi atropelado por um carro durante manifestação do Movimento dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais Sem Terra (MST) ocorrida em abril. Ele passou 38 dias internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital da Restauração, na área central do Recife. 

Gideone, que era agricultor, foi atropelado durante a manifestação pacífica que passava pela Avenida Abdias de Carvalho, no bairro dos Torrões, Zona Oeste da capital. O militante chegou a ser arrastado, teve traumatismo craniano e foi socorrido em estado grave. Outro militante, também foi atingido, teve ferimentos leves. Após furar o bloqueio, o motorista não prestou socorro e fugiu do local

Menos de uma semana depois do atropelamento, o motorista de 27 anos foi identificado e localizado em São Lourenço da Mata, no Grande Recife. O nome dele não chegou a ser divulgado.

As investigações indicaram que o motorista tentou passar pelo acostamento, mas foi impedido pelos manifestantes e acabou acelerando o carro e atingindo as vítimas. Ele alegou que agiu em legítima defesa, porque o grupo estaria com barrotes e o avô dele teria começado a passar mal no veículo. Disse ainda não ter percebido que uma pessoa havia sido atropelada. 

Câmera de segurança registrou o momento do atropelamento 

Indiciamento

O motorista estava sendo investigado por tentativa de homicídio e omissão de socorro. Ao JC, a Polícia Civil informou que o inquérito foi concluído e remetido para a Tribunal de justiça de Pernambuco (TJPE) no último dia 6 de maio. 

Quem era Gideone? 

Gideone Menezes era do Acampamento Barreirinha, em Goiana. O militante tinha 67 anos e já utilizava a área do acampamento para produzir alimentos junto com os companheiros e companheiras do MST.

Um dos seus últimos registros em vida foi durante a concentração da marcha, onde dançava e agitava os militantes com a bandeira do MST. Ele deixa dois filhos, parentes e amigos que sentirão sua falta no seio familiar e nas lutas do MST.

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