Guarda Municipal do Recife irá fazer patrulhamento nos bairros
Com início do processo para autorização do uso de armas de fogo, prefeitura também anunciou que profissionais vão estar mais próximos das comunidades

Com os holofotes voltados ao papel da Guarda Municipal para reforçar a segurança pública no País, a Prefeitura do Recife decidiu não só avançar com o processo de autorização para o uso de armas de fogo, mas também aproximar os profissionais das comunidades para ações de prevenção à violência e mediação de conflitos.
"A ideia é realizar um micropatrulhamento nas áreas, dando mais atenção à comunidade, aos personagens dela. Os guardas municipais vão estar em locais onde há valores simbólicos e naqueles de maior movimentação. Já temos áreas pré-levantadas, mas por enquanto não vamos divulgar", afirmou o secretário de Ordem Pública e Segurança do Recife, Alexandre Rebêlo.
A Guarda Municipal do Recife é composta por cerca de 1,7 mil profissionais. Deste total, uma média de 600 atuam no trânsito. Aproximadamente 900 estão na ativa, enquanto o restante está cedido para outros órgãos públicos ou de licença. Não há previsão de concurso público.
Rebêlo disse que, após assumir a pasta no começo do ano, procurou o Ministério da Justiça e Segurança Pública para discutir o papel da Guarda Municipal. E destacou que a função não será igual à da Polícia Militar.
"Alguns ex-coronéis, ao assumirem a Guarda pelas cidades do País, trouxeram os conceitos de militarização. Mas esse não é o papel que vamos adotar. Os profissionais vão ajudar num contexto comunitário, de aproximação. A Polícia Militar vai continuar atuando nos pontos com mais crimes, considerados mais quentes. São funções distintas", pontuou o secretário municipal.
A Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Segurança Pública, enviada pelo governo federal ao Congresso Nacional, prevê a participação da Guarda Municipal nas ações de combate à violência - inclusive com a possibilidade de realizarem prisões em flagrante. Mas não poderão exercer a função de investigação criminal, que cabe à Polícia Civil.
PORTE DE ARMA DE FOGO
Na última quarta-feira, o prefeito João Campos protocolou junto ao superintendente da Polícia Federal em Pernambuco, Antônio de Pádua, o processo para implementação do armamento da Guarda Municipal - promessa de campanha para o segundo mandato após a oposição anunciar a mesma medida.
O Recife é a única capital do Nordeste onde a Guarda Municipal não usa arma de fogo. Com a formalização do pedido, a prefeitura terá que cumprir uma série de regras, que incluem a implementação de Corregedoria, Ouvidoria e armaria. As duas primeiras já existem, mas precisam ser avaliadas pela Polícia Federal. Os guardas também precisam apresentar laudos psicológicos, entre outros documentos.
A Polícia Federal avalia que o processo total de autorização deve durar pelo menos um ano. Já a gestão municipal diz que, após isso, os guardas passarão a usar armas de fogo de forma gradual e com bodycams (câmeras corporais).
Questionado pelo JC, Alexandre Rebêlo informou que o tipo de arma ainda não foi definido.
No Cabo de Santo Agostinho, no Grande Recife, os guardas usam pistolas calibre 9mm e capacitantes elétricos (armas de choque).