Novembro Azul: o passo que muitos adiam e que pode salvar vidas no combate ao câncer de próstata

No mês dedicado à saúde do homem, vale reforçar importância do diagnóstico precoce e avanços tecnológicos que tornam tratamento mais eficaz

Por Cinthya Leite Publicado em 18/11/2025 às 11:54

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Neste Novembro Azul, campanha de conscientização dedicada à saúde do homem e à prevenção do câncer de próstata, especialistas reforçam um alerta essencial: o diagnóstico precoce da doença pode garantir mais de 90% de chance de cura.

O câncer de próstata, que acomete a glândula situada abaixo da bexiga e responsável por produzir parte do sêmen, é o segundo tipo de câncer mais letal entre homens no Brasil, atrás apenas do câncer de pulmão. Além disso, é o mais frequente entre os homens, depois do câncer de pele.

Embora seja uma doença comum, por medo ou por desconhecimento muitos homens preferem não conversar sobre esse assunto, adiam - inclusive - consultas e exames. 

De acordo com estimativas do Instituto Nacional de Câncer (Inca), o País deve registrar 71.730 novos casos da doença em 2025. A incidência aumenta com a idade: três em cada quatro diagnósticos acontecem após os 60 anos.

Histórico familiar, etnia (com maior prevalência em homens negros), mutações genéticas e fatores ligados ao estilo de vida, como dieta rica em gorduras, obesidade e sedentarismo, também elevam o risco.

"O paciente que descobre cedo a doença tem mais de 90% de chance de cura. Por isso, é fundamental manter o acompanhamento regular e não adiar a consulta ao urologista", afirma o médico urologista Tibério Moreno Júnior, da Rede D'Or. "Contamos com uma estrutura completa para diagnóstico e tratamento, equipada com tecnologia de ponta", complementa.

A doença é confirmada após fazer a biópsia, que é indicada ao encontrar alguma alteração no exame de sangue (PSA) ou no toque retal, que são prescritos a partir da suspeita de um caso por um médico especialista. 

Entre os principais recursos avançados disponíveis para diagnóstico e tratamento, destacam-se:

  • PET/CT com PSMA, exame avançado capaz de localizar o tumor, identificar metástases, detectar recidivas e orientar o planejamento da radioterapia;
  • Radioterapia de última geração, indicada para pacientes que podem, por indicação médica, optar por essa abordagem em vez da cirurgia;
  • Cirurgia robótica com o sistema Da Vinci Xi, que permite procedimentos minimamente invasivos, com maior precisão e recuperação mais rápida.

Sinais e sintomas

Na fase inicial, o câncer de próstata pode não apresentar sintomas e, quando apresenta, os mais comuns são:

  • Dificuldade de urinar;
  • Demora em começar e terminar de urinar;
  • Sangue na urina;
  • Diminuição do jato de urina;
  • Necessidade de urinar mais vezes durante o dia ou à noite.

Esses sinais e sintomas também ocorrem devido a doenças benignas da próstata. São elas:

  • Hiperplasia benigna da próstata: aumento benigno da próstata. Afeta mais da metade dos homens com idade superior a 50 anos e ocorre naturalmente com o avançar da idade;
  • Prostatite: inflamação na próstata, geralmente causada por bactérias.

A cirurgia é a principal forma de tratamento do câncer de próstata. A ela, podem ser associados radioterapia e tratamento hormonal, conforme cada caso. Quando localizado apenas na próstata, o câncer de próstata pode ser tratado com cirurgia oncológica, radioterapia e até mesmo observação vigilante, em alguns casos especiais.

No caso de metástase, ou seja, se o câncer da próstata tiver se espalhado para outros órgãos, a radioterapia é utilizada junto com tratamento hormonal, além de tratamentos paliativos.

Como tratar?

A escolha do melhor tratamento é feita individualmente, por médico especializado, caso a caso, após definir quais os riscos, benefícios e melhores resultados para cada paciente, conforme estágio da doença e condições clínicas do paciente.

Todas as modalidades de tratamento são oferecidas, de forma integral e gratuita, por meio do Sistema Único de Saúde (SUS).

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