Novembro Azul: diagnóstico precoce aumenta em mais de 95% as chances de cura do câncer de próstata
Urologista reforça importância do rastreamento a partir dos 45 anos para grupos de risco e destaca eficácia do tratamento cirúrgico
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O câncer de próstata continua sendo o tipo de tumor mais frequente entre os homens brasileiros, representando quase um terço dos diagnósticos oncológicos masculinos, segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca).
A doença provoca, em média, 48 mortes por dia no País, de acordo com estimativas da Sociedade Brasileira de Urologia (SBU). Apesar da alta incidência, ainda há resistência em relação aos exames preventivos — um dos motivos que tornam o Novembro Azul fundamental para ampliar a conscientização.
A importância do rastreamento
No estágio inicial, o câncer de próstata costuma ser silencioso, o que reforça a necessidade de exames de rotina. O urologista Raphael Feres, da Casa de Saúde São José, lembra que a detecção precoce é decisiva.
“O toque retal é um exame rápido, indolor e indispensável para identificar alterações na glândula. Quando o diagnóstico é feito cedo, as chances de cura ultrapassam 95%”, explica.
A SBU recomenda que:
- homens com histórico familiar da doença e homens negros iniciem o rastreamento aos 45 anos;
- os demais comecem os exames a partir dos 50 anos.
Fatores como sedentarismo, obesidade, alimentação rica em gorduras, tabagismo e consumo excessivo de álcool também aumentam o risco.
Exames que ajudam a detectar o câncer
Além do toque retal, o médico reforça a importância do PSA (antígeno prostático específico), proteína produzida pela próstata. Valores elevados podem indicar alterações.
“Em casos selecionados, complementamos a investigação com ressonância magnética da próstata para aumentar a precisão diagnóstica”, afirma Feres.
Tratamento e altas taxas de cura
Quando o tumor está restrito à próstata, a cirurgia para retirada da glândula é o tratamento mais indicado e apresenta altíssimas chances de cura.
“Nos casos identificados precocemente, a prostatectomia radical oferece cura superior a 95%”, destaca o urologista.
Outras modalidades podem ser indicadas conforme o quadro clínico:
- radioterapia, quando há contraindicações cirúrgicas;
- hormonioterapia;
- quimioterapia, utilizada nos casos avançados ou metastáticos.