SES-PE descarta seis casos suspeitos de intoxicação por metanol após nova análise

Com os novos descartes, Pernambuco soma 13 casos excluídos da suspeita de contaminação; quatro óbitos seguem em investigação pela SES

Por Ryann Albuquerque Publicado em 09/10/2025 às 13:15

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A Secretaria Estadual de Saúde de Pernambuco (SES-PE) informou, nesta quinta-feira (9), que seis novos casos foram descartados da suspeita de intoxicação por metanol associada ao consumo de bebidas alcoólicas adulteradas. Com a atualização, 13 ocorrências já foram excluídas da relação com o produto químico desde o início das investigações no estado.

Segundo o comunicado, um dos casos descartados é o de um paciente que veio a óbito em João Alfredo, cuja causa da morte foi identificada como insuficiência cardíaca após análise feita pelo Instituto de Criminalística (IC). Outros quatro pacientes tiveram alta hospitalar e um abandonou o tratamento.

“Usando os critérios definidos pelo protocolo estadual, já descartamos 13 casos — inclusive um dos óbitos, cuja causa foi insuficiência cardíaca e não intoxicação por metanol”, afirmou a secretária estadual de Saúde, Zilda do Rego Cavalcanti, durante audiência pública na Alepe nesta quinta-feira (9).

31 casos suspeitos notificados no estado

Com os novos dados, Pernambuco totaliza 31 casos suspeitos de intoxicação por metanol, 29 de moradores do estado e dois de pessoas de fora, uma de São Paulo e outra de Alagoas.

Entre os residentes locais, sete pacientes permanecem internados, 14 já receberam alta hospitalar (nove deles com suspeita descartada), quatro óbitos foram registrados — sendo dois também descartados — e três pessoas deixaram o tratamento por conta própria, uma delas com exclusão confirmada.

Os casos foram descartados por não atenderem aos critérios de confirmação: diagnóstico laboratorial (quando há detecção e quantificação do metanol) ou diagnóstico presuntivo (quando a dosagem específica não está disponível, mas o paciente apresenta histórico e sintomas compatíveis).

“O estado de Pernambuco já divulgou um protocolo onde são definidos os critérios para diagnóstico e confirmação dos casos. Levamos em consideração os critérios clínicos e epidemiológicos para deferir se há de fato intoxicação por metanol”, explicou Zilda do Rego Cavalcanti.

Comitê de crise e articulação técnica

A secretária ressaltou que, desde o primeiro caso notificado, a SES-PE mantém um comitê de crise ativo, que se reúne diariamente — inclusive nos fins de semana — para monitorar a situação e discutir condutas clínicas com especialistas.

“A vigilância tem estado de plantão o tempo inteiro e temos discutido com a comunidade acadêmica, a sociedade de terapia intensiva, a sociedade de oftalmologia e o Cremepe para construir e aplicar esse protocolo de forma conjunta”, afirmou.

De acordo com Zilda, a expressão clínica mais evidente da intoxicação por metanol é a acidose metabólica, alteração detectável em exames laboratoriais. Pacientes sem esse quadro ou sem sintomas neurológicos e oftalmológicos são classificados como casos de intoxicação por etanol, e não por metanol.

“Quando o paciente não apresenta quadro neurológico, oftalmológico ou acidose metabólica nos exames, o caso é descartado como intoxicação por metanol”, reforçou.

Orientações à população

A SES-PE orienta que pessoas que apresentem visão turva, náusea, dor de cabeça intensa, tontura ou confusão mental após consumir bebidas alcoólicas procurem imediatamente atendimento médico em Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) ou hospitais de referência.

O órgão também reforça que qualquer tipo de bebida pode ser adulterado, e que a Vigilância Sanitária segue atuando na fiscalização de produtos suspeitos e na investigação das origens das ocorrências.

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