Pernambuco atualiza dados e confirma 6 casos de intoxicação por metanol
Força-tarefa foi montada para intensificar a fiscalização e orientar a população sobre os riscos de bebidas alcoólicas adulteradas.

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A Secretaria Estadual de Saúde de Pernambuco (SES-PE), em atualização do Centro de Informações Estratégicas de Vigilância em Saúde (Cives-PE), às 19h desta sexta-feira (3), que o caso de número 6 suspeito por consumo de bebidas alcoólicas adulteradas por Metanol (um homem de 30 anos) foi descartado. De acordo com laudos de exames realizados no paciente, as alterações não eram compatíveis com intoxicação exógena.
A SES-PE reforça, ainda, que, ao todo, seis casos continuam sendo investigados, sendo eles:
Lajedo (2)
--> Sexo masculino, 43 anos.
Evolução: óbito (09/09)
--> Sexo masculino, 32 anos
Evolução: sequelas oculares. Alta hospitalar.
- João Alfredo (1)
--> Sexo masculino, 30 anos.
Evolução: óbito (30/09)
- Olinda (1)
--> Sexo feminino, 35 anos
Evolução: sequelas oculares.
- Atendida em Ipojuca, mas é residente de São Paulo (1)
—> Sexo feminino, 26 anos, que segue internada.
- Cedro (1)
--> Sexo feminino, 33 anos, segue internada.
CASO DESCARTADO
- Gravatá (1)
—> sexo masculino, 30 anos.
Segundo a SES-PE, o caso mais recente comunicado foi identificado no município de Cedro, no Sertão do estado.
O que é o Metanol e quais os sintomas?
O metanol é um tipo de álcool industrial, altamente tóxico, usado em produtos como combustíveis, solventes e removedores de tinta, e que nunca deve ser ingerido. A sua presença em bebidas alcoólicas é ilegal e pode causar envenenamento grave. Os sintomas podem ser divididos em duas fases:
- Sintomas iniciais (até 6h após o consumo): Náuseas, vômitos, dor abdominal intensa, sonolência, tontura, dor de cabeça e confusão mental.
- Sintomas graves (de 6h a 24h após o consumo): Visão turva ou perda total da visão (cegueira), sensibilidade à luz, convulsões e coma.
A SES-PE ressalta que o tratamento em até 6 horas após o início dos primeiros sintomas é crucial para salvar a vida do paciente e evitar sequelas.
Como se proteger?
O diretor-geral de Vigilância Epidemiológica da SES-PE, José Lancart, reforça as orientações para um consumo seguro:
- Compre bebidas alcoólicas apenas em estabelecimentos de confiança e que sejam regularizados pela vigilância sanitária.
- Sempre verifique a integridade da embalagem: observe o lacre, o rótulo e o registro no Ministério da Agricultura (MAPA).
- Desconfie de preços muito abaixo do mercado, pois podem ser um indicativo de produto falsificado ou adulterado.
- Evite o consumo de coquetéis, "batidas" ou drinks pré-preparados de origem desconhecida.
- Na dúvida sobre a procedência ou a qualidade da bebida, não consuma.
A resposta do Governo de Pernambuco
Diante do surto, uma força-tarefa foi montada. A SES-PE e a Agência Pernambucana de Vigilância Sanitária (Apevisa) estão intensificando as fiscalizações em estabelecimentos comerciais de todo o estado.
Além disso, o estado já recebeu e distribuiu ampolas de etanol farmacêutico, que funciona como antídoto para a intoxicação por metanol, para hospitais de referência como o da Restauração, no Recife, e o Mestre Vitalino, em Caruaru.
Um Centro de Operações de Emergência em Saúde (COE) está monitorando os casos 24 horas por dia.
Onde buscar ajuda e denunciar
- Emergência: Em caso de suspeita de intoxicação, a orientação é procurar imediatamente uma unidade de saúde.
- Orientação: Para tirar dúvidas sobre intoxicação, o Centro de Assistência Toxicológica de Pernambuco (CIAtox-PE) funciona 24h e atende pelo fone 0800 722 6001.
- Denúncia: Para denunciar a venda de bebidas suspeitas, os canais são o Procon-PE (0800 282 1512) e a Delegacia do Consumidor - Decon ((81) 3184-3835).