Dia mundial da retina alerta para risco crescente de cegueira no Brasil
Mais de 1,4 milhão de brasileiros já convivem com doenças graves como DMRI e edema macular; diagnóstico precoce é essencial para preservar a visão

Clique aqui e escute a matéria
O dia mundial da retina, neste 29 de setembro, chama atenção para doenças que afetam esse tecido ocular essencial para a visão. No mundo, 2,2 bilhões de pessoas convivem com algum grau de deficiência visual ou cegueira, sendo que 1 bilhão desses casos poderia ter sido evitado ou tratado adequadamente.
No Brasil, o cenário é preocupante: um levantamento da Fundação Getúlio Vargas (FGV CPDOC), em parceria com a Retina Brasil e apoio da Roche Farma Brasil, aponta que mais de 1,4 milhão de brasileiros já vivem com doenças graves da retina, como a degeneração macular relacionada à idade (DMRI) e o edema macular diabético (EMD). A projeção é que esse número alcance 1,7 milhão em cinco anos.
Entre os dados mais alarmantes, 29% dos pacientes abandonam o tratamento, o que eleva o risco de perda irreversível da visão. Além disso, 45% dos entrevistados relataram perda severa da visão.
Doenças da retina: entenda os riscos
O oftalmologista Paulo Saunders, especialista em doenças da retina, explica que a retina é responsável por transformar a luz em estímulos que chegam ao cérebro, possibilitando a visão. “O crescimento do número de pessoas com problemas na retina mostra que precisamos falar mais sobre saúde ocular e reforçar a importância da prevenção e do acompanhamento regular”, afirma.
O edema macular diabético é uma complicação da retinopatia diabética e pode levar à cegueira se não tratado. O problema é silencioso em fases iniciais, já que não apresenta sintomas até atingir a visão central.
Já a degeneração macular relacionada à idade (DMRI), comum em pessoas acima dos 50 anos, provoca perda progressiva da visão central. Na forma seca, a evolução é lenta; na forma úmida, pode haver perda súbita e rápida da visão.
Videocast Saúde e Bem-Estar: hot topics em saúde dos olhos
Tratamento e prevenção são fundamentais
O tratamento varia de acordo com o estágio da doença. No caso do edema macular diabético, é essencial o controle rigoroso da glicemia, aliado a terapias como laser, injeções intravítreas de medicamentos e, em casos graves, cirurgia vitreorretiniana.
“É fundamental que todo paciente diabético faça acompanhamento regular com um retinólogo. Detectar precocemente as complicações e iniciar o tratamento adequado pode fazer toda a diferença para preservar a visão”, reforça Saunders.