Comprimido 'primo do Mounjaro' supera semaglutida oral em controle da diabetes tipo 2, aponta estudo

Ensaio clínico envolveu 1.698 adultos com diabetes tipo 2, divididos em 4 grupos e que receberam diferentes doses das medicações que foram comparadas

Por Cinthya Leite Publicado em 17/09/2025 às 18:51 | Atualizado em 17/09/2025 às 18:52

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Um novo estudo de fase 3 (etapa em larga escala para confirmar se um medicamento é seguro e eficaz antes de ser aprovado para uso geral) aponta que a orforgliprona, medicamento oral em desenvolvimento pela Eli Lilly (farmacêutica que fabrica Mounjaro, tirzepatida), superou a semaglutida oral no controle da diabetes tipo 2, mesmo entre pacientes que não obtiveram sucesso apenas com metformina.

Os resultados do estudo Achieve-3, apresentados nesta terça-feira (17), mostraram que a orforgliprona proporcionou melhor controle da hemoglobina glicada (indicador do controle do açúcar no sangue) e maior perda de peso em comparação com a semaglutida, ao longo de 52 semanas de tratamento.

O ensaio clínico envolveu 1.698 adultos com diabetes tipo 2, que foram divididos em quatro grupos, recebendo diferentes doses de orforgliprona (12 mg e 36 mg) ou semaglutida oral (7 mg e 14 mg).

Segundo os dados divulgados, o estudo alcançou seus principais objetivos e resultados adicionais, o que confirma a eficácia do medicamento na redução do açúcar no sangue e no peso corporal.

"Estudos head-to-head são o padrão ouro para comparar tratamentos potenciais", afirmou a vice-presidente executivo e presidente de Saúde Cardiometabólica da Lilly, Kenneth Custer.

"Mesmo em sua dose mais baixa, a orforgliprona superou ambas as doses de semaglutida oral na redução da hemoglobina glicada. Na dose mais alta, ajudou quase três vezes mais participantes a atingir níveis próximos ao normal de açúcar no sangue em comparação com a dose mais alta de semaglutida."

No estudo Achieve-3, a orforgliprona se destacou frente à semaglutida oral. Após 52 semanas, a redução média da hemoglobina glicada  foi de 1,9% com a dose de 12 mg e 2,2% com a dose de 36 mg, enquanto a semaglutida oral reduziu 1,1% (7 mg) e 1,4% (14 mg).

Em um dos desfechos secundários mais importantes, 37,1% dos pacientes que tomaram a dose mais alta de orforgliprona atingiram uma hemoglobina glicada abaixo de 5,7%, em comparação com 12,5% dos pacientes que receberam a dose mais alta de semaglutida oral.

A perda de peso também foi superior com a orforgliprona. Os participantes perderam, em média:

  • 6,6 kg (6,7%) com 12 mg
  • 8,9 kg (9,2%) com 36 mg

Já os pacientes que tomaram semaglutida oral tiveram perdas menores:

  • 3,6 kg (3,7%) com 7 mg
  • 5 kg (5,3%) com 14 mg

Ou seja, a dose mais alta de orforgliprona proporcionou uma perda de peso relativa 73,6% maior que a semaglutida oral.

Além disso, o medicamento trouxe melhorias significativas em fatores de risco cardiovascular, incluindo colesterol não HDL, pressão arterial sistólica e triglicerídeos. 

A Lilly tem a expectativa de submeter a orforgliprona para o tratamento de diabetes tipo 2 a agências regulatórias globais em 2026.

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