Exames de rotina que toda mulher precisa conhecer: saiba quais, quando e como fazer pelo SUS

Da prevenção ao câncer ao diagnóstico de sinais de alerta, saiba como agendar exames essenciais e tirar suas dúvidas com segurança

Por Maria Clara Trajano Publicado em 12/08/2025 às 18:33

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Para cuidar bem da saúde, é fundamental saber que exames de rotina protegem a mulher de doenças silenciosas e graves, como os cânceres de colo do útero e de mama, além de indicar alterações que exigem atenção precoce.

Como é feita a mamografia?

A mamografia é um exame de imagem que utiliza raios-X para detectar lesões ainda não palpáveis, permitindo diagnóstico precoce e tratamento menos agressivo.

Conforme explica a enfermeira sanitarista Thaisyara Melo, da Secretaria de Saúde do Recife, “o exame pode ser complementado por ultrassom mamário, conforme a avaliação médica, para melhor análise das mamas”.

A partir de que idade e com que frequência devo fazer os exames?

Mamografia

O público-alvo dos exames de mamografia no Sistema Único de Saúde (SUS) são mulheres de 50 a 69 anos, a cada dois anos. Entretanto, sociedades médicas, como Sociedade Brasileira de Mastologia, recomendam iniciar a partir dos 40 anos.

Grupos de alto risco, aquelas com histórico familiar de câncer de mama, podem iniciar mais cedo, a partir dos 35 anos, mediante avaliação.

Exame preventivo

O exame preventivo, utilizado para rastreio de câncer de colo do útero, majoritariamente utilizado é o Papanicolau (citopatológico), que examina alterações celulares do colo do útero que podem evoluir para câncer.

Entretanto, o exame tem sido trocado gradualmente ao longo dos anos de 2025 e 2026 pelo teste DNA-HPV, que pode detectar uma lesão cancerosa até dez anos antes de seu surgimento.

O exame, seja o tradicional Papanicolau ou o recente DNA-HPV, é recomendado para mulheres entre 25 e 64 anos, com vida sexual ativa.

Após dois exames anuais normais, o Papanicolau deve ser repetido a cada três anos. Já no teste DNA-HPV, cada vez mais adotado como rastreamento primário no SUS, se negativo para todos os tipos examinados, deve ser repetido a cada cinco anos.

Thaisyara ressalta que “a forma de coleta é idêntica: usa-se espéculo, raspado endocervical e ectocervical; a diferença está no armazenamento — lâmina ou meio líquido —, e na análise posterior”.

Como marcar os exames na rede pública?

  1. Procure a Unidade Básica de Saúde (UBS) ou Unidade de Saúde da Família (USF) mais próxima;
    Converse com o profissional (médico ou enfermeiro) para que solicite os exames de rotina conforme sua idade e histórico;
  2. O Papanicolau ou DNA-HPV é realizado na própria unidade — “todas oferecem um ou outro”, garante Thaisyara;
  3. A mamografia pode ser feita nas unidades ou no mamógrafo móvel;
  4. Se houver alteração, há encaminhamento para colposcopia ou ultrassom, em centros de média e alta complexidade.

Quando buscar atendimento imediato?

Alguns sinais podem ser alarmantes e requerem a procura dos exames de rastreio fora da rotina.

Se há sangramento fora da menstruação ou persistente durante/após relação sexual, sintomas associados como dor pélvica, odor anormal, perda de peso e fadiga, é necessário procurar uma unidade de saúde e realizar os exames preventivos o quanto antes.

No caso da mama, o aparecimento de nódulo palpável, secreção no mamilo, alteração de simetria ou pele retrátil (“casca de laranja”), é um sinal de alerta e a mamografia deve ser realizada.

Por que superar o desconforto vale a pena?

Exames como a mamografia e o preventivo são difundidos como momentos de desconforto para as mulheres. Entretanto, são extremamente importantes para a prevenção do câncer.

“A paciente pode sentir um incômodo muito pontual no momento daquele exame, mas se ela for acolhida e se ela for respeitada, esse incômodo passa a ser uma grande vitória. Nada se compara a atrasar tanto o exame a ponto de ter uma lesão ou um problema mais sério no futuro que poderia ter sido diagnosticado e tratado precocemente”, enfatiza Thaisyara.

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