Exames de rotina que toda mulher precisa conhecer: saiba quais, quando e como fazer pelo SUS
Da prevenção ao câncer ao diagnóstico de sinais de alerta, saiba como agendar exames essenciais e tirar suas dúvidas com segurança

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Para cuidar bem da saúde, é fundamental saber que exames de rotina protegem a mulher de doenças silenciosas e graves, como os cânceres de colo do útero e de mama, além de indicar alterações que exigem atenção precoce.
Como é feita a mamografia?
A mamografia é um exame de imagem que utiliza raios-X para detectar lesões ainda não palpáveis, permitindo diagnóstico precoce e tratamento menos agressivo.
Conforme explica a enfermeira sanitarista Thaisyara Melo, da Secretaria de Saúde do Recife, “o exame pode ser complementado por ultrassom mamário, conforme a avaliação médica, para melhor análise das mamas”.
A partir de que idade e com que frequência devo fazer os exames?
Mamografia
O público-alvo dos exames de mamografia no Sistema Único de Saúde (SUS) são mulheres de 50 a 69 anos, a cada dois anos. Entretanto, sociedades médicas, como Sociedade Brasileira de Mastologia, recomendam iniciar a partir dos 40 anos.
Grupos de alto risco, aquelas com histórico familiar de câncer de mama, podem iniciar mais cedo, a partir dos 35 anos, mediante avaliação.
Exame preventivo
O exame preventivo, utilizado para rastreio de câncer de colo do útero, majoritariamente utilizado é o Papanicolau (citopatológico), que examina alterações celulares do colo do útero que podem evoluir para câncer.
Entretanto, o exame tem sido trocado gradualmente ao longo dos anos de 2025 e 2026 pelo teste DNA-HPV, que pode detectar uma lesão cancerosa até dez anos antes de seu surgimento.
O exame, seja o tradicional Papanicolau ou o recente DNA-HPV, é recomendado para mulheres entre 25 e 64 anos, com vida sexual ativa.
Após dois exames anuais normais, o Papanicolau deve ser repetido a cada três anos. Já no teste DNA-HPV, cada vez mais adotado como rastreamento primário no SUS, se negativo para todos os tipos examinados, deve ser repetido a cada cinco anos.
Thaisyara ressalta que “a forma de coleta é idêntica: usa-se espéculo, raspado endocervical e ectocervical; a diferença está no armazenamento — lâmina ou meio líquido —, e na análise posterior”.
Como marcar os exames na rede pública?
- Procure a Unidade Básica de Saúde (UBS) ou Unidade de Saúde da Família (USF) mais próxima;
Converse com o profissional (médico ou enfermeiro) para que solicite os exames de rotina conforme sua idade e histórico; - O Papanicolau ou DNA-HPV é realizado na própria unidade — “todas oferecem um ou outro”, garante Thaisyara;
- A mamografia pode ser feita nas unidades ou no mamógrafo móvel;
- Se houver alteração, há encaminhamento para colposcopia ou ultrassom, em centros de média e alta complexidade.
Quando buscar atendimento imediato?
Alguns sinais podem ser alarmantes e requerem a procura dos exames de rastreio fora da rotina.
Se há sangramento fora da menstruação ou persistente durante/após relação sexual, sintomas associados como dor pélvica, odor anormal, perda de peso e fadiga, é necessário procurar uma unidade de saúde e realizar os exames preventivos o quanto antes.
No caso da mama, o aparecimento de nódulo palpável, secreção no mamilo, alteração de simetria ou pele retrátil (“casca de laranja”), é um sinal de alerta e a mamografia deve ser realizada.
Por que superar o desconforto vale a pena?
Exames como a mamografia e o preventivo são difundidos como momentos de desconforto para as mulheres. Entretanto, são extremamente importantes para a prevenção do câncer.
“A paciente pode sentir um incômodo muito pontual no momento daquele exame, mas se ela for acolhida e se ela for respeitada, esse incômodo passa a ser uma grande vitória. Nada se compara a atrasar tanto o exame a ponto de ter uma lesão ou um problema mais sério no futuro que poderia ter sido diagnosticado e tratado precocemente”, enfatiza Thaisyara.