Distúrbios do sono afetam 72% dos brasileiros e podem causar doenças graves
Hospital Otávio de Freitas celebra 10 anos de residência em Medicina do Sono, referência no diagnóstico e tratamento de apneia e insônia, entre outros

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Cansaço constante, falta de ar, quedas na memória e dificuldade de concentração podem ser sinais de distúrbios do sono — problemas que afetam 72% dos brasileiros, segundo a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
Entre eles, a apneia obstrutiva do sono (AOS) e a insônia estão entre os mais comuns, com impacto direto na qualidade de vida e no risco de doenças graves, como acidente vascular cerebral (AVC), infarto e arritmias.
A aposentada Severina Maria, de 68 anos, é um exemplo da transformação que o tratamento pode trazer. Diagnosticada com AOS e Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC) no Hospital Otávio de Freitas (HOF), no Recife, ela passou a usar oxigênio e CPAP, aparelho usado para tratar a apneia obstrutiva do sono e outras condições respiratórias durante o sono, todas as noites.
“Eu sentia muita falta de ar, não conseguia andar direito porque me cansava muito; fui socorrida várias vezes e internada também. Passava 15 dias em casa e dois, três meses no hospital”, relata.
Atendimento especializado no HOF
Para ter acesso ao serviço, o paciente deve ser encaminhado pela Atenção Primária para o ambulatório de pneumologia do HOF. Se houver suspeita de distúrbio do sono, ele é direcionado para avaliação e tratamento especializado.
“Os principais (distúrbios) são a apneia obstrutiva do sono, quando o paciente para de respirar diversas vezes durante a noite e, por isso, não consegue dormir bem, e a insônia, que pode se manifestar de diferentes formas: dificuldade para iniciar o sono, despertares frequentes ao longo da noite ou acordar antes do horário desejado, sem alcançar um sono reparador”, detalha a pneumologista especialista em sono Danielle Clímaco, coordenadora da residência em Medicina do Sono do HOF.
“Como consequência, esses pacientes costumam apresentar sintomas clínicos durante o dia, como fadiga, queda na memória, redução da criatividade e perda de desempenho nas atividades cotidianas. Além disso, há outros distúrbios, como os movimentos anormais durante o sono e a narcolepsia”, detalha.
Além da apneia e da insônia, o serviço também atende casos de narcolepsia, movimentos anormais durante o sono e outros distúrbios. Em pacientes com DPOC, a prevalência de apneia pode chegar a 60%, aumentando o risco de infecções e crises respiratórias.
Videocast Saúde e Bem-Estar: O que acontece quando dormimos mal?
Simpósio Medicina do Sono
Em 2025, o HOF completa uma década da primeira residência médica do Norte e Nordeste dedicada exclusivamente à Medicina do Sono. Desde sua criação, o programa forma especialistas que atuam em Pernambuco e em outros estados, disseminando conhecimento e fortalecendo a assistência.
Para marcar a data, a Secretaria Estadual de Saúde de Pernambuco (SES-PE) promove, no dia 15 de agosto, o “Simpósio Medicina do Sono: Dez anos da Residência em Medicina do Sono — Fazendo História enquanto Cuidamos do Sono dos Pernambucanos”.
O evento acontece no auditório da SES-PE, no Recife, das 13h às 18h, e contará com palestras sobre a história da medicina do sono, desafios no uso do CPAP, novas abordagens sobre narcolepsia e a relação entre distúrbios do sono e doenças neurológicas, como o Alzheimer.