Julho Amarelo reforça importância da prevenção às hepatites virais; conheça os diferentes tipos da doença

Vacinação, uso de preservativo e testagem são fundamentais para evitar hepatites B e C, que muitas vezes não apresentam sintomas

Por Maria Clara Trajano Publicado em 09/07/2025 às 14:47

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O mês de julho marca uma importante mobilização nacional em torno da prevenção e do diagnóstico das hepatites virais. Silenciosas em grande parte dos casos, essas infecções podem evoluir para doenças graves como cirrose e câncer de fígado se não forem detectadas e tratadas a tempo.

A campanha Julho Amarelo busca conscientizar a população sobre os riscos e promover o acesso às estratégias de prevenção — como a vacinação e a testagem rápida.

As hepatites virais são causadas por cinco tipos de vírus (A, B, C, D e E), cada um com características, formas de transmissão e tratamentos específicos. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a meta global é eliminar as hepatites como problema de saúde pública até 2030.

Entenda as principais diferenças entre os tipos de hepatite

  • Hepatite A: é transmitida principalmente por ingestão de água e alimentos contaminados. A evolução é, na maioria das vezes, benigna e aguda. Também pode ser transmitida por contato sexual. A prevenção inclui higiene, saneamento básico e vacinação — disponível para crianças de 15 meses a menores de 5 anos e para públicos vulneráveis, como usuários de PrEP;
  • Hepatite B: é considerada uma infecção sexualmente transmissível (IST). Sua principal forma de prevenção é a vacina, que deve ser aplicada nas primeiras 24 horas de vida e completada com 3 a 4 doses. A imunização é ofertada gratuitamente para todas as faixas etárias no Sistema Único de Saúde (SUS). O vírus também pode ser transmitido por contato com sangue contaminado;
  • Hepatite C: não tem vacina. A transmissão ocorre principalmente por contato com sangue contaminado, como no compartilhamento de seringas, lâminas e outros objetos perfurocortantes. Relações sexuais sem preservativo também oferecem risco. A testagem rápida e o tratamento com antivirais disponíveis no SUS são fundamentais para impedir a progressão da doença;
  • Hepatite D: mais comum na região amazônica, só infecta pessoas que já têm hepatite B, pois depende dela para se multiplicar. A melhor forma de prevenção é a vacinação contra a hepatite B;
  • Hepatite E: com transmissão fecal-oral, geralmente tem evolução benigna. Não há vacina disponível, mas a maioria dos casos se resolve sem necessidade de tratamento específico.

Cobertura vacinal e testagem

Em Pernambuco, a cobertura vacinal para hepatite A atinge 82,4%, enquanto a vacina contra hepatite B alcança 81% entre recém-nascidos e 86,9% entre menores de um ano. Os dados reforçam a necessidade de manter e ampliar a imunização, especialmente em populações mais vulneráveis.

“A prevenção ainda é a melhor solução. Vacinem-se e se protejam por meio do uso de preservativos e evitando compartilhar objetos de uso pessoal como aparelhos de barbear, lâminas e outros objetos que possam ter contato com sangue”, orienta o médico infectologista Lucas Caheté, coordenador da área na Secretaria Estadual de Saúde de Pernambuco (SES-PE).

A testagem rápida para hepatites B e C está disponível em Unidades Básicas de Saúde (UBS), Centros de Testagem e Aconselhamento (CTA) e em parcerias com organizações da sociedade civil. Atualmente, Pernambuco conta com 33 CTAs, localizados nas cidades-sede das Gerências Regionais de Saúde (Geres).

Ações educativas e transmissão online

Como parte das atividades de conscientização, será realizado no dia 29 de julho um diálogo ao vivo no canal da Escola de Governo em Saúde Pública de Pernambuco no YouTube, com o tema "Hepatites virais na atenção primária".

A ação busca reforçar o papel da rede de atenção básica no combate às hepatites e sensibilizar profissionais da saúde sobre a importância do diagnóstico precoce.

Veja também: como assistir aos videocasts do JC

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