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Picadas de escorpião crescem de forma silenciosa; projeções indicam mais de 2 milhões de novos casos até 2033

Infectologista orienta sobre ações a serem tomadas em caso de picada. Primeiro passo é manter a calma e lavar o local afetado com água e sabão

Por Cinthya Leite Publicado em 26/05/2025 às 12:59

As picadas de escorpião são uma ameaça que avança de forma silenciosa em diversas regiões do Brasil, especialmente nas áreas urbanas. De acordo com pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) e da Universidade Estadual Paulista (Unesp), o número de casos de picadas de escorpião quase triplicou entre 2014 e 2023, com mais de 1,1 milhão de registros.

As projeções apontam que, até 2033, esse número pode ultrapassar a marca de 2 milhões de casos notificados, mostrando um cenário desafiador em relação ao controle do animal, e de medidas de prevenção e conscientização.

Diante desse crescimento expressivo, é fundamental que a população saiba como agir corretamente em caso de acidente.

A infectologista Mirian Dal Ben, do Hospital Sírio-Libanês (em São Paulo), explica que o primeiro passo é manter a calma e lavar o local da picada com água e sabão.

"Não se deve fazer torniquete, amarrar o membro afetado nem tentar chupar o veneno, como muitas vezes é divulgado de forma equivocada. Isso pode piorar a situação. O ideal, se for fazer alguma compressa, é que seja uma compressa morna, que ajuda a aliviar a dor", orienta.

A especialista destaca que toda picada de escorpião deve ser levada a sério, mas alguns sinais indicam a necessidade urgente de atendimento médico, principalmente em crianças, idosos ou pessoas com comorbidades cardíacas.

Entre os sintomas que merecem atenção, após a picada de escorpião, estão:

  • Dor intensa no local da picada
  • Suor excessivo
  • Náuseas e vômitos
  • Aumento da frequência cardíaca
  • Agitação ou sonolência

Quando procurar atendimento?

A recomendação é sempre procurar imediatamente um serviço de saúde.

"No caso das crianças, esse atendimento deve ser ainda mais rápido. Em situações graves, o soro precisa ser administrado em até uma hora e meia. Em São Paulo, o principal centro de referência é o Instituto Butantan, reconhecido mundialmente, e o Hospital Vital Brazil, que faz parte dessa rede e é especializado no atendimento de vítimas de animais peçonhentos", afirma a infectologista Mirian Dal Ben. 

Segundo o Ministério da Saúde, a presença de escorpiões está relacionada, principalmente, ao acúmulo de entulho, restos de materiais de construção e presença de insetos como baratas, que servem de alimento para esses animais.

O órgão indica que medidas simples de prevenção podem fazer diferença, como manter terrenos limpos e sem acúmulo de lixo, vedação de ralos e frestas em portas e janelas e uso de telas em aberturas e cuidados com calçados e roupas guardadas.

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