Por que comemos sem fome? Nutricionista orienta como driblar ansiedade e inflamação do corpo para controlar o peso
Nutricionista alerta para impacto da ansiedade no ganho de peso e aponta soluções para romper o ciclo inflamatório que sabota a saúde física e mental

A relação entre ansiedade e ganho de peso vai muito além da vontade de buscar na comida compensações em busca de prazer e bem-estar. O chamado comer emocional, inclusive, é hoje um dos grandes motores silenciosos da obesidade — condição que já atinge um em cada cinco brasileiros.
"A ansiedade tem causas genéticas e ambientais, mas também está profundamente relacionada à inflamação do organismo e à desregulação de neurotransmissores, como a serotonina. E tudo isso se conecta diretamente à forma como nos alimentamos", explica a nutricionista Camylla Pedrosa, especialista em emagrecimento de mulheres ansiosas.
Ela criou o método Saúde de Emagrecimento Livre, um plano de ação com uma equipe multidisciplinar que alinha reeducação alimentar, atendimento nutricional e exercícios personalizados.
Para a especialista, é comum que o diagnóstico de ansiedade, na verdade, encubra uma inflamação crônica, disbiose intestinal ou alterações hormonais (muitas vezes provocadas por maus hábitos alimentares) que podem gerar ou agravar sintomas ansiosos.
"O intestino inflamado pode prejudicar a produção e a sinalização adequada da serotonina, um neurotransmissor essencial para o sono, o bem-estar e o controle do apetite. Com níveis desequilibrados, é comum que surjam sintomas como insônia, tristeza, compulsão alimentar e procrastinação. Tudo isso alimenta um ciclo difícil de quebrar”, alerta Camylla.
Gordura inflama, músculo desinflama
Camylla destaca que a nutrição tem papel fundamental no rompimento desse ciclo. "Com uma alimentação mais natural, aliada à recomposição corporal (redução de gordura e aumento de massa magra), é possível reduzir a inflamação, reequilibrar o organismo e favorecer o ajuste dos neurotransmissores."
A nutricionista frisa que, em quadros de ansiedade, há neurotransmissores que costumam estar em excesso; outros, em deficiência. "A nutrição pode ajudar nesse equilíbrio”, explica.
Um exemplo é a inclusão do café descafeinado na dieta, um alimento rico em serotonina natural. O produto pode atuar como um indutor do sono, além de ser anti-inflamatório e estimular o funcionamento do intestino.
"O comer emocional não é falta de força de vontade, é falta de equilíbrio interno. Quando tratamos a inflamação e cuidamos da saúde intestinal, o comportamento também muda", finaliza Camylla.