Presidente Lula diz que operação no Rio de Janeiro foi uma "ação desastrosa": "Foi matança", afirmou

No Ministério dos Direitos Humanos, ganha força a iniciativa de conceder bolsa a familiares de mortos no confronto. Já tem até apelido: 'bolsa facção'

Por Romoaldo de Souza Publicado em 04/11/2025 às 21:48

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‘FOI MATANÇA’ E ‘AÇÃO DESASTROSA’
As declarações são do presidente da República, Lula da Silva (PT), ao se referir à operação policial no Rio de Janeiro, que culminou com quatro policiais e 115 suspeitos mortos. “A decisão do juiz era [para] uma ordem de prisão, não tinha uma ordem de matança, e houve a matança”, afirmou o presidente.

ENTREGA À PF
Lula deu a entender que não acredita nos profissionais da segurança pública do Rio de Janeiro. Assim como fez o prefeito do Recife, João Campos (PSB), presidente do partido, que pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) a federalização das investigações.

AJUDA ‘HUMANITÁRIA’
A ministra dos Direitos Humanos, Macaé Evaristo, informou que pretende criar um pacote de assistência para os familiares dos mortos na operação realizada na cidade do Rio de Janeiro. No entanto, o Planalto recomendou cautela e que ela “pense duas vezes” antes de anunciar a medida. O receio do entorno do presidente Lula é de que a ajuda passe a ser chamada de “bolsa fuzil”.

DELEGADOS COMANDARÃO CPI DO CRIME ORGANIZADO…
…e um general será o vice. O senador Fabiano Contarato (PT-ES) vai comandar as investigações sobre o crime organizado, enquanto o senador Alessandro Vieira (MDB-SE) será o relator. Ambos são delegados aposentados da Polícia Civil em seus respectivos estados. O vice-presidente da comissão será o general da reserva, senador Hamilton Mourão (Republicanos-RS). Nenhum dos três senadores de Pernambuco - Humberto Costa (PT), Fernando Dueire (MDB) e Tereza Leitão (PT) - integrará a CPI. Não será por falta de experiência que a comissão deixará de apresentar resultados. O país aguarda!

A PRIMEIRA VITÓRIA DO GOVERNO
No voto secreto, o governista Fabiano Contarato derrotou Hamilton Mourão, ex-vice-presidente da República. O placar foi de 6 a 5.

MORO FICOU FORA
O ex-juiz da Operação Lava Jato - mais tarde desmontada pelo Judiciário - o senador Sérgio Moro (União Brasil-PR), ficou na suplência. Seu partido não conseguiu uma vaga de titular. O PT terá três vagas; PL e PSD, duas cada; e Republicanos, Podemos, MDB e PSB, uma vaga cada.

A COMPOSIÇÃO DA CPI
Titulares: Alessandro Vieira (MDB-SE), relator; Marcio Bittar (PL-AC); Marcos do Val (Podemos-ES); Otto Alencar (PSD-BA); Angelo Coronel (PSD-BA); Jorge Kajuru (PSB-GO); Flávio Bolsonaro (PL-RJ); Magno Malta (PL-ES); Rogério Carvalho (PT-SE); Fabiano Contarato (PT-ES), presidente; e, Hamilton Mourão (Republicanos-RS), vice-presidente. Suplentes: Veneziano Vital do Rêgo (MDB-PB); Sergio Moro (União-PR); Randolfe Rodrigues (PT-AP); Eduardo Girão (Novo-CE); Jaques Wagner (PT-BA); Esperidião Amin (PP-SC).

ARGENTINA REPERCUTE ASSALTO A JORNALISTA NA COP30
Rádios, jornais e até a Secretaría de Comunicación y Prensa do governo Milei lamentaram o roubo a um jornalista argentino que está em Belém (PA) para cobrir a COP30. “Lamentável que nossos cidadãos não tenham recebido a segurança devida”. Segundo relatos, houve perseguição por agentes da Polícia Rodoviária Federal (PRF) que estavam à paisana.

NIGERIANOS TENTAM ENTRAR NO BRASIL COM VISTO DA COP30
Mais de 200 pedidos de visto temporário, com validade para o período da COP30, foram apresentados por cidadãos da Nigéria. Mais da metade foi negada. O receio do Ministério das Relações Exteriores é de que alguns desses pedidos tenham sido feitos por nigerianos que tentam deixar o país para escapar dos conflitos internos e dos ataques contra comunidades cristãs.

PENSE NISSO!
“Um dia para esquecer.” Assim resumiu um importante líder da oposição no Congresso Nacional, após duas acachapantes derrotas.

A primeira, na CPI do Crime Organizado, durante a eleição para a presidência: o petista Fabiano Contarato venceu o oposicionista general Hamilton Mourão.

A segunda ocorreu na Comissão de Constituição e Justiça da Câmara. A temível CCJ tinha tudo para votar a “legalidade” do projeto que equipara facções criminosas a organizações terroristas. A manobra, patrocinada pelo presidente Hugo Motta (Republicanos-PB), foi antecipar a sessão plenária - o que obriga as comissões em andamento a paralisarem suas atividades.

Há quem avalie que, ao menos nesse caso da CCJ, ainda seja possível reverter o cenário em breve. Mas o recado está dado: mesmo quando parece não ter articulação para enfrentar a oposição, o governo sempre conta com uma mão amiga.

Não basta à oposição fazer o papel de “boazinha” ou escolher os adjetivos mais apropriados para atacar o governo, se, na prática, o Planalto - vez ou outra - demonstra que ainda não perdeu o tino.

Pense nisso!

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