Na bancada pernambucana, a reação à taxação imposta por Trump foi de repúdio
Primeira-dama grita para os jornalista: "Cadê meus vira-latas?" A oposição não gostou da fala, enquanto os governistas minimizaram o episódio

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RAIZ QUADRADA DE 50%
Os deputados André Janones (Avante) e Nikolas Ferreira (PL) — ambos de Minas Gerais — só não foram às vias de fato porque coragem não é exatamente o ponto alto dos dois parlamentares. O motivo: se o presidente Lula da Silva (PT) provocou o norte-americano Donald Trump (Partido Republicano) ou se essa briga tarifária entre Brasil e Estados Unidos pode interferir nas eleições internas de 2026.
REAÇÕES NA BANCADA
A coluna conversou com o líder do PCdoB, deputado Renildo Calheiros (PE). Para ele, o anúncio do governo norte-americano de tarifar em 50% as exportações brasileiras “deve ser repudiado. Agora teremos pela frente o desafio de saber quem é — de fato — patriota. Porque tem uns que acham que ser patriota é bater continência para bandeira do Estados Unidos. Quero ver quem virá defender os interesses da nossa pátria”.
‘PSICOPATIA AO EXTREMO…’
Foi assim que reagiu o deputado Augusto Coutinho (Republicanos-PE), um dos coordenadores da bancada parlamentar de Pernambuco, no Congresso Nacional. “Trump está amedrontando o mundo todo, mas o Brasil não pode se curvar às suas chantagens”.
CRISE ANUNCIADA
Mais cedo, o Ministério das Relações Exteriores convocou o encarregado de Negócios dos Estados Unidos no Brasil, Gabriel Escobar, para que explicasse as motivações para uma nota divulgada pela embaixada norte-americana em Brasília: “A perseguição política contra ele [Jair Bolsonaro], sua família e seus apoiadores é vergonhosa e desrespeita as tradições democráticas do Brasil”.
FALTA DE BOM SENSO
Em entrevista à Rádio Jornal, o presidente da Comissão de Relações Exteriores, deputado Filipe Barros (PL-PR), afirmou que “radicalizar” nunca foi solução para atingir entendimentos. “Mas uma coisa é certa: foi o presidente Lula quem começou essa picuinha, ao não ir à posse de Trump, se aliando com ditaduras e a inimigos declarados dos Estados Unidos”.
‘PARECE QUE BEBE’
O governo dos Estados Unidos criticando o Brasil e elogiando o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), a economia em sobressaltos com os anúncios de sobretaxas feitos por Trump, e — do nada — a primeira-dama, Rosângela Lula da Silva, se vira para a imprensa que acompanhava o presidente brasileiro ao lado do chefe de governo da Indonésia, Prabowo Subianto, e grita “cadê meus vira-latas”. Como diria José Noé, dono de uma birosca no interior, quando alguém fazia uma presepada no meio da rua: “parece que bebe”.
RETOMANDO O DIÁLOGO
Partiu do presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), a iniciativa de quebrar o gelo na relação com o Planalto, após a aprovação do decreto legislativo que derrubou uma norma do governo que alterou o IOF (Imposto sobre Operações Financeiras). “Deixei clara minha posição de entendimento, mas não vamos tolerar medidas de supetão”.
PENSE NISSO!
Era mais do que anunciada a decisão do governo de Donald Trump de tarifar em 50%, a importação de produtos brasileiros.
Mas, se de um lado o governo do presidente Lula — pode-se dizer — forçou a decisão do norte-americano, agora vai fazer-se de vítima e tentar cantar de galo.
Lula teve todas as oportunidades para evitar o impasse com o governo dos Estados Unidos. Mas em todas elas, o presidente brasileiro fez questão de forjar um conflito desnecessário — tudo o que o Brasil não precisava agora.
O que o país precisa, mesmo, é de um presidente que enfie sua ideologia no saco e governe para todos. O papel de macho alfa não cai bem em governante nenhum.
Pense nisso!