SEGURANÇA VIÁRIA | Notícia

Mortes no trânsito: fiscalização eletrônica zera mortes no trânsito de Olinda, no Grande Recife

Mérito é dos radares de velocidade, fotossensores e câmeras de videomonitoramento instalados nas ruas olindenses, que zeraram as mortes no trânsito

Por Roberta Soares Publicado em 15/04/2025 às 11:43 | Atualizado em 15/04/2025 às 11:57

A fiscalização eletrônica, principalmente a de velocidade, costuma ser criticada por muitos motoristas - especialmente os infratores - e apontada como a principal causa do discurso fácil e sem fundamento da existência de uma ‘indústria de multas’ nas ruas e estradas do País. É fato. Mas a verdade é que radares de velocidade, fotossensores, câmeras de videomonitoramento e outros equipamentos que monitoram os excessos de condutores ao volante salvam vidas. Inclusive a dos motoristas infratores.

Isso também é fato, constatado, na prática, em muitos municípios brasileiros e em todo o mundo. A cidade de Olinda, na Região Metropolitana do Recife, é um dos exemplos. Os radares de velocidade, fotossensores e câmeras de videomonitoramento instalados nas ruas e avenidas olindenses zeraram as mortes nos locais dos sinistros de trânsito registrados nos limites do município. Pelo menos é o que comprovou um estudo realizado pela Secretaria de Mobilidade Urbana de Olinda.

O mérito por tal feito é das 28 câmeras de videomonitoramento, três radares de velocidade e 24 fotossensores instalados na cidade desde 2019 e, principalmente, 2024. Graças a elas, o município zerou o número de mortes registradas nos locais das colisões e conseguiu reduzir o número de sinistros de trânsito (não é mais acidente de trânsito que se define, segundo o CTB e a ABNT). Além da segurança, o monitoramento do trânsito também agiliza os deslocamentos da população porque, no caso de um sinistro de trânsito, a fiscalização e o socorro conseguem ser acionados com mais agilidade, minimizando o impacto na circulação.

EQUIPAMENTOS TAMBÉM REDUZIRAM SINISTROS DE TRÂNSITO EM 25%

Divulgação/Prefeitura de Olinda
Fiscalização eletrônica zera mortes no trânsito de Olinda, no Grande Recife - Divulgação/Prefeitura de Olinda

Olinda iniciou a implantação dos fotossensores e radares de velocidade em junho de 2024 e, naquele ano, não foram registradas mortes relacionadas a sinistros de trânsito. Enquanto que em 2023 foram três vítimas fatais em colisões na cidade. Além disso, de 2023 para 2024, o número de sinistros reduziu de 140 para 108, e a quantidade de feridos de 76 para 59.

Além disso, desde o início de 2025 não há mortes registradas no trânsito do município. “Houve uma redução de sinistro em torno de 25% e conseguimos zerar a quantidade de mortes no trânsito nesses locais onde foram instalados os fotossensores e radares”, destaca o secretário de Mobilidade Urbana de Olinda, Maxwell Behar.

Entre as vias que receberam a fiscalização de velocidade, está um dos principais corredores de transporte de Olinda, a Avenida Presidente Kennedy. A via tem câmeras de videomonitoramento ao longo dos 4,4 km, que cortam bairros populosos e com a circulação de muitos pedestres, como Vila Popular, Peixinhos, Jardim Brasil, Aguazinha e São Benedito. A previsão da prefeitura, inclusive, é que sejam implantados fotossensores e radares de velocidade na avenida ainda em 2025.

Os radares que, em Olinda, limitam a velocidade dos veículos a 40 km/h, estão localizados nas seguintes vias:

- Rua do Farol, na orla do Sítio Histórico;
- Avenida Getúlio Vargas, um pouco antes da Praça 12, no Bairro Novo;
- Avenida Carlos de Lima Cavalcante, quase em frente à Caixa Econômica Federal (CEF), em Casa Caiada.

Divulgação/Prefeitura de Olinda
Fiscalização eletrônica zera mortes no trânsito de Olinda, no Grande Recife - Divulgação/Prefeitura de Olinda
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Fiscalização eletrônica zera mortes no trânsito de Olinda, no Grande Recife - Divulgação/Prefeitura de Olinda
Divulgação/Prefeitura de Olinda
Fiscalização eletrônica zera mortes no trânsito de Olinda, no Grande Recife - Divulgação/Prefeitura de Olinda

“A fiscalização eletrônica, sem dúvida, salva vidas. E todos os equipamentos estão instalados em locais que tinham um alto índice de colisões e/ou atropelamentos. É o caso, por exemplo, dos radares perto da Praça 12 e da CEF. Com o fechamento da praça, os condutores estavam colidindo contra a estrutura. E na CEF havia registro de atropelamentos devido ao grande número de pedestres circulando na região”, exemplifica o secretário.

ENTENDA A DIFERENÇA ENTRE OS EQUIPAMENTOS DE FISCALIZAÇÃO

As câmeras de videomonitoramento estão instaladas na cidade desde 2019 e são controladas por uma equipe na Central de Videomonitoramento, que realiza a autuação das infrações flagradas pelas imagens. Já os radares e o fotossensores são automáticos (e aferidos), sem a necessidade da autuação pelos agentes de trânsito.

Os radares notificam o excesso de velocidade e os fotossensores, o avanço em faixas de pedestres, as conversões proibidas e o avanço de semáforos.

A fiscalização utilizando câmeras está permitida em todo o Brasil, por meio da Resolução 532 do Conselho Nacional de Trânsito (Contran), a autoridade máxima em legislação de trânsito do País. Entre as principais infrações, que são visualizadas em tempo real, estão o estacionamento irregular, as manobras perigosas, a conversão em local proibido, a fila dupla e os motociclistas que trafegam sem capacete.

A autuação pelo uso do celular ao volante também é autorizada pela Resolução 532, mas por ser polêmica, poucas cidades brasileiras fazem uso da prerrogativa. Recife e Olinda, por exemplo, não multam.

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