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Nova centralidade do Recife: a opção de luxo à Avenida Boa Viagem que avança na cidade

Novo Cais, que reúne empreendimentos residencias e comerciais, busca transformar área antes ociosa no Recife, com contrapartida de R$ 150 mi à cidade

Por Lucas Moraes Publicado em 04/11/2025 às 16:30 | Atualizado em 04/11/2025 às 16:33

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O projeto Novo Cais, no Cais José Estelita, na área central do Recife, emerge como um marco de revitalização urbana, redefinindo o uso de uma área historicamente estagnada da capital pernambucana. Liderado pela iniciativa privada, com a incorporadora Moura Dubeux, o conjunto de empreendimentos se contrapõe a modelos como o Porto Maravilha, no Rio de Janeiro, com uma estrutura de capitalização majoritariamente privada e foco na criação de uma nova centralidade urbana. Essa é a aposta da MD para ajudar a desafogar uma demanda represada no Recife por empreendimentos de luxo, numa nova centralidade fora do eixo da Avenida Boa Viagem, na Zona Sul. 

Em reunião-almoço da sede da Associação das Empresas do Mercado Imobiliário de Pernambuco (Ademi-PE), nesta terça-feira (4), o CEO da Moura Dubeux, Diego Villar, destacou a paralisia anterior da área. "Malha urbana em necrose.  O Cais (José Estelita) e a Avenida Sul eram apenas de passagem, nada crescia. Não dá para entender como uma cidade carente de áreas estava deixava aquilo naquela situação", disse.

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Lucena Plaza da Moura Dubeux. - Divulgação

O projeto busca ir além da simples moradia, criando um novo polo de atração na zona central da cidade, com um "produto inserido em uma área [com] atributos e itens para gerar demanda e vocação de outra centralidade".

O sucesso já se manifesta no mercado. O lançamento do Lucena Plaza (o mair recente) e o futuro Cais Avenida (que chega ainda este ano) visam atrair moradores de áreas consolidadas como a Avenida Boa Viagem, evidenciando uma "demanda por apartamento grande (350 m² a 450 m²)". "Conseguimos desenvolver produto e provocar desejo que traz dúvida para onde ir", afirma Villar. A previsão é de que o potencial total do projeto chegue a R$ 3 bilhões em Valor Geral de Vendas (VGV).

A pesquisa de mercado apontou uma demanda reprimida na cidade, com renda disponível e um alto consumo de segunda residência de luxo, impulsionado pela mudança na pirâmide etária, que não se convertiam em empreendimentos da capital pela falta de produtos. O Lucena Plaza, por exemplo, esgotou em uma semana as unidades colocadas à venda. 

Somente neste empreendimento, que reúne duas torres, são ao todo 112 unidades distribuídas entre a Torre Sul, com apartamentos de 446,18 m² — um por andar — e uma cobertura com 749,65 m²; e a Torre Norte, com apartamentos de 299,89 m² — dois por andar — além de uma cobertura de 605,71 m². Todas as unidades contam com quatro ou cinco suítes e até oito vagas de garagem, totalizando 500 vagas no empreendimento, que tem Valor Geral de Vendas (VGV) aproximado de R$ 500 milhões. 

Além do Lucena Plaza, o Novo Cais entrega à cidade ainda as torres já finalizadas do Mirante e Parque do Cais, além do Cais Avenida (que será lançado ainda este ano, com apartamentos menores de até 200 metros quadrados) e o Moura Dubeux Corporate e o Beach Class Novo Cais, que integram edifício residencial e empresarial, com um novo centro de compras.

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Vista futura do Moura Dubeux Corporate e Beach Class Novo Cais. - Divulgação

INVESTIMENTO PRIVADO QUE MUDA A CIDADE

Ao traçar um paralelo com outros projetos, Vilar ressaltou a natureza distinta do Novo Cais, que diferente de projetos como o Porto Maravilha, no Centro do Rio de Janeiro e os Armazéns do Porto do Recife, no Recife Antigo, contaram com recursos públicos para viabilidade. 

Para o Novo Cais, além do projeto residencial e comercial privado, a contrapartida para a cidade está orçada em R$ 150 milhões, o que inclui o novo sistema viário e parques para a população. 

A requalificação do Cais José Estelita está intrinsecamente ligada à melhoria da mobilidade. O novo sistema viário já foi entregue e pode ainda se somar ao VLT (Veículo Leve sobre Trilhos) que poderá circular na área central. Há uma ideia de que a linha VLT se conecte com a estação Afogados, passando pelo Cais José Estelita e seja conectada ao Bairro do Recife.

Um calçadão também interligará a Avenida Sul, chegando a uma esplanada contemplativa da Bacia do Pina, com uma abertura em diagonal da Dantas Barreto para facilitar o acesso à orla. para pedestres.

O projeto contempla a entrega de 87 mil m² de áreas públicas, incluindo 3,5 mil m² de área verde e alameda para pedestres. Serão criados dois grandes parques: Parque na Orla d'Água (Parque do Cais) e Parque da Memória Ferroviária (55 mil m²).

A ideia do projeto é de as áreas públicas requalificadas sejam concedidas pela Prefeitura do Recife para gestão da iniciativa privada. Inclusive, a viabilidade do Parque da Memória Ferroviária deverá ser custeada com verbas públicas, seguindo projeto já feito pela incorporada.

 
 
 
 

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