Inadimplência de aluguel atinge nível mais alto em 16 meses, aponta Superlógica
O estudo da Superlógica, que analisou dados de mais de 600 mil clientes locatários em todo o País, revela movimentações distintas
 
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A taxa de inadimplência de aluguel no Brasil voltou a subir em setembro, alcançando 3,80%, o patamar mais elevado registrado nos últimos 16 meses, de acordo com o Índice de Inadimplência Locatícia (IIL) da Superlógica. O dado reflete um aumento de 0,66 ponto percentual em comparação com setembro de 2024 (3,14%).A alta interrompe uma breve estabilidade notada nos meses anteriores. Em julho e agosto, a taxa havia estacionado em 3,76%, o maior valor até então dos 14 meses precedentes, em um movimento considerado raro pelo mercado.
Manoel Gonçalves, Diretor de Negócios para Imobiliárias do Grupo Superlógica, expressou preocupação com a tendência. “A nova alta preocupa em setembro, apesar de ser modesta comparada com os 3,76% de julho e agosto, e mostra que muitas famílias seguem com o orçamento comprometido”.
O executivo ressalta a importância de monitorar os indicadores econômicos.“É fundamental acompanhar de perto as projeções de inflação e de juros, já que esses indicadores têm impacto direto tanto no endividamento quanto na capacidade de pagamento dos inquilinos neste fim de ano.
Destaques por faixa de valor e tipo de imóvel
O estudo da Superlógica, que analisou dados de mais de 600 mil clientes locatários em todo o País, revela movimentações distintas em nichos do mercado. Os imóveis residenciais de alta renda (acima de R$ 13.000) tiveram queda na inadimplência, saindo de 7,02% em agosto para 5,70% em setembro, após uma série de altas desde maio de 2024.
Os imóveis residenciais de baixa renda (até R$ 1.000) também registraram recuo, de 6,32% em agosto para 5,96%, embora continuem com a segunda maior taxa entre as faixas de valores. As taxas de inadimplência em aluguéis de R$ 2.000 a R$ 3.000 e de R$ 3.000 a R$ 5.000 foram de 2,58% e 2,04%, respectivamente, mostrando-se as mais baixas.No segmento de imóveis comerciais, a faixa de aluguel de até R$ 1.000 é a mais crítica, com crescimento expressivo de 8,41% em agosto para 9,89% em setembro, um aumento de 1,48 ponto porcentual. A menor taxa comercial foi na faixa de R$ 2.000 a R$ 3.000, com 4,52%.
Em um comparativo por tipo de imóvel, apartamentos (de 2,58% para 2,45%) e casas (de 4,27% para 3,84%) registraram quedas. Por outro lado, os imóveis comerciais viram a taxa aumentar de 5,20% para 5,55%.
Nordeste lidera inadimplência regional
A análise regional do IIL mostra que o Nordeste se mantém na liderança do ranking de inadimplência, com uma taxa de 5,97% em setembro, um crescimento de 1,03 ponto percentual em relação a agosto (4,94%).
O Norte segue em segundo lugar, com 4,86% (+0,22 p.p.), enquanto o Centro-Oeste (3,49%) registrou queda de 0,41 ponto percentual. O Sudeste aparece com 3,42% (-0,20 p.p.) e o Sul sustenta a menor taxa do País, com 3,28%, mantendo-se relativamente estável (-0,03 p.p.).Inadimplência por Região (Setembro/2025)
O Índice de Inadimplência Locatícia da Superlógica considera inadimplentes os clientes que possuem boletos com mais de 60 dias de atraso no pagamento. Os dados são anonimizados e resultam de um levantamento mensal exclusivo e interno da plataforma, que abrange o mercado brasileiro de locação imobiliária.
 
                         
                                                                                    
                                            